terça-feira, 7 de julho de 2015

Eu e Pinda.

Cidadãos; a primeira vez que os pindenses puderam ter um vislumbre real e direto sobre minha forma de enxergar nossa cidade, deu-se ainda no período 'Neolítico', durante estágio no Jornal da Cidade; como não posso agora precisar a data, digamos que foi "há muito tempo em uma galáxia muito, muito distante".

Pra quem não me conhece
(* antes de seguir com o texto, gostaria de avisar que não nasci em Pindamonhangaba, sou de Curitiba (PR), registrado em Londrina (também PR) e mudei-me pra cá aos 9 anos de idade, "ancient
history", meus caros leitores... Após meu primeiro ano aqui, apaixonei-me pela cidade, tanto que já parti várias vezes e sempre voltei! Estudei no então Externato São José e depois em várias outras escolas, entre elas o Ápice, o Pujol, João Romeiro, rs.)

Pois bem, voltando ao tema: para encher lingüíça em edição vindoura do jornal, o Editor pediu-me um texto de última hora que "pode ser sobre qualquer assunto"... Pensei um pouco e aceitei e ao final consegui apresentar algo, no mínimo, interessante... Afinal, já estava com essa abordagem sobre Pinda me martelando as idéias.

Não, não me acho o supra-sumo da dissertação, muito menos da lógica, nem sei se estava falando sobre algo plausível, porém, consegui escrever algo que chamou a atenção de pessoas bastante influentes em nossa cidade e tudo isso sem a menor pretensão, afinal, tratava-se do olhar ainda (de certa forma) 'inocente' de um Cidadão mais do que comum.

Pindenses, para situá-los melhor, era época do início da segunda campanha do então candidato João Ribeiro (PPS) à Prefeitura... Não vou me lembrar de datas porque já passei dos 40, então, podem ficar à vontade para me "dar um desconto"... Pois bem, naquela manhã, João Ribeiro e 'sua comitiva' estiveram no Jornal da Cidade; conversavam com José Antônio de Oliveira, o Diretor Proprietário do jornal e com os demais Jornalistas (mais experientes); pouco tempo passou até que nosso querido Zé Antônio trouxesse João Ribeiro para a mesa no centro da Redação e lhe chamasse a atenção para um texto recém-publicado.

"-João, eu quero que você leia esta matéria sobre Pinda, acabou de sair, dá uma lida e depois me diz o que você achou..."

Zé então deixou João a sós, voltando após uns cinco minutos e disparou:

"-João, diz pra mim: o que você achou deste texto?" E, cortando a resposta, emendou: "-João, não parece que quem escreveu esse texto é um cara que tem uns 80 anos de Pinda? Fala pra mim, não parece?"

No que João respondeu afirmativamente, Zé se volta para mim, me chama e assim que me aproximo, me apresenta para o então candidato João Ribeiro: "-João, foi esse cara que escreveu o texto! Novinho ainda (tudo bem, eu nem era, já estava chegando nos 30!), como é que escreve isso tudo de Pinda?" João cobriu-me de elogios, mas ficou por isso. Zé me dizia que me prepararia para ser Assessor de Imprensa de algum Político da cidade e até me influenciava a deixar o curso, pois, como ele dizia: "Você já NASCEU Jornalista Flávio!" (neste ponto vale lembrar que escutei o mesmo de um dos meus Professores na Faculdade, um conhecido e respeitadíssimo Jornalista da região)

Na verdade, o texto em si não apresentava um olhar de muitos e muitos anos de Pinda, mas, claro, fiquei lisonjeado, afinal tratava-se do meu patrão conversando como o futuro Prefeito de nossa cidade (fato que eu já havia previsto ao final da eleição em que João perdera para Vito por mínima margem); senti-me bem e até um pouco orgulhoso), mas era uma visão um tanto simplista e cheia de Esperança.

No texto, eu aproveitava alguns fatos largamente incensados pelo Prefeito da época, Vito Ardito Lerário (como 100% de esgoto tratado, água chegando às casas e o reconhecimento de nossa cidade como a "Capital da Reciclagem" ou algo que o valha).

Hoje eu não sei como andam os números, sei que deveria procurar, mas não estou na pilha - portanto, sorry.

Bem, no meu texto em 1900 e guaraná de rolha, atentei para um fato que até hoje acredito e que sempre repito: "PINDAMONHANGABA TEM A FACA E O QUEIJO NA MÃO PARA SE TORNAR UMA CIDADE EXEMPLAR! Uma Cidade-Modelo!" E em vários sentidos.

De primeira, lembrei da posição estratégica da nossa Princesa do Norte, próxima aos grandes centros brasileiros (São Paulo e Rio de Janeiro), pertinho do Litoral Norte (Ubatuba) e praticamente colada em Campos do Jordão. Ou seja, quem mora em Pinda está muito bem situado! Verão? Ubatuba! Inverno? Campos! E bem, São Paulo e Rio, aí o assunto é outro, há muito para se ver e fazer em ambas as capitais.

Pois bem, logo após lembrar o leitor do óbvio, voltei à minha visão rapidamente, apontando as belezas dessa terra, tão cheia de Histórias quanto de atrações turísticas de todas as esferas, as quais, ou não são devidamente aproveitadas, ou são completamente ignoradas.

Sabe, é que ainda hoje vejo nossa cidade com um potencial turístico abrangente, multifacetado e pronto para ser explorado de forma sadia e enriquecedora, sem contar, completamente capaz de incrementar rendas (do Cidadão e do Município) e de quebra ser motivo de orgulho para todos os cidadãos.

Temos todo esse verde à nossa volta e vamos nos esquecendo de valorizá-lo e usá-lo de forma consciente, saudável, sus-ten-tá-vel! E o que é pior, abrimos as portas para a degradação do meio-ambiente, para as construções ilegais; sim, fazemos vistas grossas e depois ainda presenteamos aqueles que pouco se importam com o impacto no meio-ambiente, com a legalização de áreas ocupadas. Não temos nem fiscalização nesta cidade, até onde sei, são apenas dois fiscais para um território tão grande.

Quando escrevi o texto publicado no Jornal da Cidade, eu já via nossa cidade do tamanho ideal para fazermos dela um exemplo para o Vale (para o Estado, para o País e quem sabe, o Mundo?!).

Naqueles tempos falávamos em Pindamonhangaba como a maior cidade em área territorial de todo o Vale do Paraíba e uns e outros já tinham percebido que a cidade crescia para um lado só, ou seja, da Dutra pra cá, o outro lado ainda era bastante esquecido pelo poder público.

Não creio ter abordado a necessidade enorme de revitalização do centro (claro, com finalidade turística), porém o faço agora. Sim, precisamos de uma revitalização do centro de Pinda, precisamos recuperar as fachadas antigas e incentivar os demais comércios a adotá-los, mudar toda a fiação no centro da cidade, passar tudo subterraneamente, liberar a admiração de tão bela arquitetura. Aliás, há muitos anos pensei em uma visão híbrida de Shopping Centro e Rua 24 Horas, mas isso eu explico pessoalmente para quem se interessar, são muitos os detalhes (se eu tivesse as habilidades, criaria uma animação em 3D a respeito).

Primeiro: valorizar radicalmente a área central da cidade e estimular o Turismo, depois: investir no desenvolvimento dos bairros periféricos, dos mais humildes aos mais privilegiados. Neste sentido, uma vez que há uma total valorização de bairros nobres em violento detrimento dos demais, isso sempre foi assim e pelo visto continuará por muito mais tempo; para quem tudo tem, mais, para quem pouco tem, migalhas.

Pindamonhangaba tem uma população bastante trabalhadora e criativa, por isso novamente digo que temos a faca e o queijo na mão! Precisamos recuperar tudo na cidade, mas em primeiro lugar o Amor que nutrimos por ela.

Penso em um município a melhor rede de ensino público do país! Sim, sei que meus vôos são altos, mas esses os que valem a pena sonhar. Penso numa Prefeitura realmente interessada em suprir os Cidadãos com um excelente ensino público, penso numa Prefeitura capaz de nos entregar um Hospital Municipal de referência, sim, Hospital Municipal, da nossa cidade! Um verdadeiro centro de excelência. Penso numa Universidade Federal por aqui, com diversos cursos e incentivos para os recém-formados se fixarem em nosso município, suprindo com profissionais de alto nível, todos os setores.

Uma Prefeitura que realmente se importasse com o cidadão, que não comprometesse grande parte de seu orçamento para arcar com o que se convencionou chamar de 'cabide de emprego'.

O povo dessa bela cidade tem que sair do jugo de pessoas que se revezam no poder apenas pelo prazer de ter o poder nas mãos e que acha que tudo o que faz é favor, não a obrigação. Gente que utiliza manobras espúrias para enganar o povo e que ataca pessoas com menor instrução do alto de uma empáfia "démodé". Nossa Princesa precisa de quem esteja apaixonado por ela, precisa enxergar a necessidade de romper com as amarras do passado que se refletem em uma política viciada que praticamente afasta o cidadão de uma participação mais efetiva nas decisões por estas bandas.

Um exemplo das péssimas intenções da Prefeitura em relação á nossa cidade: a audiência pública para as alterações do Plano Diretor. Sinto muito, mas não consigo engolir até hoje, a forma excludente e suspeita de sua instauração. Penso assim: trata-se de assunto extremamente relevante para nossa cidade, a veiculação de sua realização deveria ser abrangente de verdade, contando até com convocações na tevê, mas não, a tevê só serve para propagandear feitos, nunca para chamar a população; carros de som avisando nas ruas dos bairros que seriam 'contemplados' e obviamente, tal audiência deveria acontecer nesses bairros. Explico melhor: tivemos uma audiência às 08:30 da manhã de uma sexta-feira numa cidade de trabalhadores, ou seja, muitos não poderiam participar. A audiência aconteceu na Prefeitura e queriam que fosse única e eu já discordo veementemente nesse aspecto, afinal, foram 12 alterações, apresentadas, discutidas e aprovadas em menos de três horas! Até onde sei, o Prefeito mesmo não estava presente, o que é uma pena, pois deveria ser o maior interessado em discutir as mudanças ou, pelo menos, ouví-las. Graças a alguns cidadãos, essa afronta foi combatida e tivemos mais algumas audiências para tratar do tema, o que não adiantou em nada, pois vários pontos tocados pelos cidadãos, foi completamente ignorada pelos Vereadores. Lembro a vocês que aqui no blog publiquei uma 'Carta Aberta' a um dos Vereadores que mostrou-se violentamente mal-informado e discursou despudoradamente em defesa de empresários. Essas coisas tem que mudar, Prefeito tem que se aposentar, muito mais da metade da Câmara de Vereadores idem.

Voltando à minha visão sobre Pinda... Eu sonho em ver nossa cidade mais verde, sim, verde, algo como a Capital Verde do Vale, aumentar a absorção de água através de 'faixas verdes' nas calçadas, incentivos para quem plantar árvores, em casas ou terrenos, coisas desse tipo e é claro, deixar de ficar maravilhado como soluções ecológicas de outros países quando as vemos no 'Fantástico' e passar a ser uma cidade que apareça no mesmo programa por conta dessa inovação. Buscar parcerias para instalar painéis solares nos prédios públicos e incentivar os moradores para tanto; valorizar nossa cidade, valorizar nossos cidadãos.

A cidade precisa dar um basta nesse eterno círculo vicioso de sempre votar nos mesmos e ficar presa em idéias ultrapassadas, conceitos e visões que não combinam com um mundo que velozmente vai buscando solucionar problemas surgidos por conta de visões que há muito já se provam errôneas e muitas vezes, prejudiciais. Às vezes tenho a impressão que querem mesmo é transformar nossa cidade em um município 'cinza'; alguns me parecem dispostos a vender a cidade para indústrias e mais indústrias; não sei, é só uma impressão forte que tenho.

Vendo a desenfreada tentativa da Prefeitura em terceirizar a Saúde em nosso município, tudo me parece claro... A Prefeitura fracassou em cuidar dos cidadãos, pois já cuida de muita gente... Sei lá, é outra das minhas impressões e estas são baseadas em observações simples, seja na Saúde, seja no Transporte Pública, no Esporte... Ops, falando nesses dois últimos, o que vem a ser essa Viva-Pinda, que em sua campanha o atual Prefeito atacava, mas que agora a protege com unhas e dentes, mesmo quando a mesma se comporta de forma a cobrar de seus usuários, impostos que o Governo Federal deixou de cobrar? E a desfaçatez como podem descumprir a Lei Orgânica em assuntos simples, como a veiculação de aumento do valor das passagens, muitas vezes pegando os usuários de surpresa, como registrado por diversos usuários após o último aumento. Eu não sei vocês, mas eu tenho vergonha dos pontos-de-ônibus em nossa cidade, principalmente aqueles em que só há um poste de madeira. É vergonhoso ver como a população é tratada, como é transportada feito gado e ainda pagando caro!

O Esporte, ah, o Esporte... Eu vejo o esporte como uma das mais importantes formas de se manter os jovens longe de drogas, más-companhias e criminalidade e não me conformo com o modo como o mesmo é tratado em nossa cidade; temos tanta gente boa, o povo de Pinda é bom para o esporte, seja na modalidade que for, temos atletas de alto-nível, ou melhor tínhamos e não sei se teremos mais, pois estamos vendo o abandono do esporte em nossa cidade. Temos condições de ver surgir novos atletas de ponta e estamos jogando tudo no lixo! Essa é a verdade, Pinda esquece da importância do esporte ou simplesmente não enxerga ou ignora.

(uma das coisas que em muito me incomodou em Pinda foi a verticalização da cidade, algo que acredito que deveria ser deixado mais pra frente, para o futuro, temos muitas áreas para aumentar a cidade, deixem os arranha-céus para o futuro e se a população assim quiser! Eu quero viver em uma cidade onde eu possa olhar e admirar, de qualquer canto, a impavidez colossal da Serra da Mantiqueira)

(*como aprendi a valorizar a vista que temos da Serra da Mantiqueira: passava as férias em Promissão, cidade do Noroeste Paulista, duas horas - mais ou menos - de Bauru, onde morava minha avó; uma tarde, saí de carro com uma amiga da cidade e paramos para observar o sol se por e eu comentei: "Que lindo, olhar e ver o horizonte, é demais!" Minha amiga interrompeu: "Mas, onde você mora não tem horizonte não?" E eu respondi falando sobre a Serra da Mantiqueira e ela: "Mas isso é lindo!" Daí me situei e aprendi o valor que eu via todos os dias da sacada da minha casa. Sempre gostei, sempre achei belíssima a paisagem, porém, a partir daquele dia, minha visão mudou.)

Há muito a se fazer em nossa cidade, muito, mas para realmente recuperarmos nossa paixão pela Princesa, precisamos de líderes, de pessoas interessadas em apontar caminhos e trilhá-los junto com a população, não aventureiros de última hora, com seus egos inflados e cópias de posturas de outros; precisamos de gente com identificação verdadeira com a cidade, com verdadeiro Amor por Pindamonhangaba e seus cidadãos. Precisamos de uma mudança urgente e drástica na forma como tratamos a política por aqui; precisamos principalmente dar um basta no tal 'Voto de Pilatos', que é o vazio ato de votar para depois não cobrar, lavar as mãos. Não, precisamos da população unida por um ideal, por uma Pindamonhangaba melhor e, detalhe, melhor para TODOS.

Claro, não sou tolo ao ponto de acreditar que tudo isso poderia ser realizado sem a ajuda de um time muito forte, um 'dream team', gente mais do que muito bem qualificada, principalmente porque não entendo de tudo e o parecer de gente que entende a fundo uma área pode e deve ser valorizada.

Ah, desculpem, mas cansei de escrever... rs. Outra hora continuo.

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