sexta-feira, 25 de outubro de 2013

A Noite das 11 Cadeiras


Cidadãos; após muita demora e enrolação por parte dos 'procedimentos legais' para ter nossa solicitação aceita, acabo de assistir ao registro audiovisual da Sessão Ordinária da Câmara Muncipal de Pindamonhangaba, de 24/06/2013, popularmente conhecida como "A Noite das 11 Cadeiras", a qual entrou para a História de nossa cidade, como Símbolo do Poder Popular; uma Esfinge da Vontade do POVO, pronta para devorar aqueles que aos poucos se arriscavam a decifrar erroneamente nossas reivindicações, pois não era apenas por sermos contrários ao aumento de cadeiras, mas por conta da revolta por todo o abandono em nossa cidade, seja na Saúde, na Educação, na Segurança... Era a revolta dessa proposta fora de hora. Sim, sabíamos que os proponentes tinham a lei a seu favor, que Pinda é grande e existe a demanda para mais representantes. Mas tratarei novamente do assunto, mais à frente, pois há outras variáveis a considerar, também muito importantes.



Eu seria hipócrita se negasse que alguns membros da Câmara de Vereadores, se beneficiaram da nossa presença, inclusive nos ajudando nos bastidores (através de contatos tendenciosos), ofertando as manobras que poderiam ser utilizadas pelos defensores do aumento do número de Vereadores na sessão, numa manipulação sórdida e na distorção do real propósito do POVO naquela Casa de Leis. Sim, fomos todos usados, isso é claro, porém, mesmo nos guiando maliciosa e sorrateiramente, sentiram-se inseguros das rédeas que puxavam, afinal, nunca a Câmara de Vereadores estivera tão cheia. E mais, cheia de munícipes revoltados (justa revolta, diga-se de passagem). Estávamos (todos) dando um recado com a nossa presença, um recado que - como podemos nitidamente perceber - não teve a repercussão necessária nos corações daqueles que deveriam trabalhar para nós, para o POVO. Mas isso é nossa culpa, não continuamos freqüentando aquela Casa. Estávamos lá, com várias preocupações e não aceitávamos ter que pagar por mais Vereadores, pois o estado das coisas, desestimula a crença no bem que realmente podem fazer por nós; não resolvem os flagelos da população; basta que os cidadãos se empenhem, apoiando aqueles que realmente querem fazer algo. Mas, vamos aos trabalhos daquela noite inesquecível.


A primeira impressão sobre todos os discursos é uma só: foi uma guerra entre Vereadores enraizados na Câmara e novatos buscando equilíbrio com o poder eternamente estabelecido; o que se viu foram batalhas ferozes, disputadas palavra a palavra, gesto a gesto, perante uma audiência cansada de não ser ouvida, de não sentir-se representada, cansada da postura de todos os políticos brasileiros. Abro um adendo aqui: não adianta mais afirmar que este ou aquele político realmente trabalha, porque fomos bombardeados com inúmeros (maus) exemplos na gestão pública do nosso país a vida inteira, ou seja, a imagem do político está fortemente vinculada a tudo o que é ruim. Voltando, cidadãos cansados dos desmandos numa cidade onde o POVO sofre em todos os setores da administração pública, que sofre nos hospitais, sofre nas escolas, sofre com a (in) segurança pública; que sofre sendo transportado feito gado e pagando impostos que já não são cobrados pelo Governo Federal. Num abuso que nossos representantes não se esforçam para dar um basta e quando o fazem, por não contar com o POVO durante as sessões, continuam a ser ignorados pelo Executivo, como me foi confidenciado por fonte fidedigna.



Como sabiam, antecipadamente, que nos faríamos presentes em peso, apoiados (segundo fonte), por alguns dos remanescentes de políticas de outras eras, sendo que um deles - oculto, fora do 'circuito' momentaneamente - pagara faixas aos incautos, instigados a fazer o jogo dos Vereadores Eternos, mais interessados em manter os privilégios que sempre gozaram nas bengalas do poder; já os Edis de primeiro mandato, fizeram a única coisa que podiam fazer, trataram de se defender, com discursos interessantíssimos, porém ignorados pelos presentes, mais decididos a não ouvir absolutamente nada, além da queda da proposta do aumento de 11 para 19 cadeiras naquela Casa. Éramos POVO, estávamos juntos, munícipes de todas as idades, unidos por um ideal comum. Seria motivo de orgulho se tivéssemos continuado tal movimento.



A sessão teve início às 18:15 minutos e o primeiro fato a chamar a atenção era o olhar assustadiço dos representantes, seus assessores e demais funcionários daquela Casa, pois sabiam que do lado de fora, o POVO se preparava para entrar no recinto e como éramos muitos, era compreensível os receios desconfortáveis estampados nos olhares daqueles acostumados ao marasmo do desinteresse nos trabalhos ali apresentados.


"'Sobre' (sic) a proteção de Deus (sim, apesar de Estado laico, o medo era visível, então, nada como apelar para a ajuda divina), pela Democracia e em defesa dos superiores interesses de Pindamonhangaba", assim abriu a sessão o Presidente da Câmara, Vereador Ricardo Piorino.


A sessão começou morna, porque os munícipes ainda estavam do lado de fora, esperando os manifestantes que vinham em passeata saída da Prefeitura. Ou seja, apesar da apreensão, da tensão que pairava quase tangível no ar, o começo da sessão estava relativamente calmo. Enquanto o 1° Secretário, Vereador Janio Lerário lia o expediente daquela noite, notava-se o burburinho crescente das inúmeras vozes que se aglomeravam na Câmara. Vale lembrar que se quiserem ouvir a voz do Vereador Janio nas sessões, tem que chegar cedo, pois limita-se - sempre - à leitura dos requerimentos.


De repente, ouve-se nitidamente: "você pede...?" era Janio e Cal conversando, a resposta parcialmente captada pelo microfone; o que não ocorreu com a enigmática segunda frase do irmão do Prefeito: "Por que você vai retirar?" Confesso, pensei tratar-se do pedido feito por Cal para que fosse respeitado um minuto de silêncio pelo falecimento de um munícipe; mas não combinava com a pergunta de Janio. O silêncio tomou conta da Câmara Municipal pela primeira vez e perdurou através da monótona leitura dos requerimentos, onde um nervoso Janio, lia apressadamente.


A primeira manifestação na sessão deu-se por conta de uma solicitação, do Vereador Felipe César para a implantação de um hospital em Moreira César, o requerimento do Edil foi ovacionado, mas rapidamente os aplausos mudaram para gritos em uníssono pedindo: "Vote os 19!" Que se estendeu por muitos segundos, sendo substituídos por clamores por Saúde, entre outras reivindicações. Ricardo Piorino interveio: "Nós queremos receber vocês aqui da forma mais cordial possível" recebendo um sonora vaia, mas continuou, deixando claro que se não houvesse ordem, isso atrapalharia os trabalhos daquela noite.



Citando o Vereador Cal, Janio continuou, "considerando que a proposta à emenda de Lei Orgânica n° 1/2013 de autoria dos Vereadores Felipe César, Roderley Miotto, Carlos Eduardo de Moura ('Magrão'), Professor Eric de Oliveira, Professor Osvaldo Negrão e Antônio Alves da Silva, dispõe sobre o aumento do número de Vereadores no Município de 11 para 19, considerando que a referida proposta da Lei Orgânica já foi aprovada em primeiro turno por essa Casa de Leis, e considerando que as últimas manifestações ocorridas em nosso Município demonstram que a população posiciona-se contra o aumento do número de cadeiras nesta Casa de Leis, requeiro à mesa, consultar o plenário seja oficiado aos Vereadores Felipe César, Roderley Miotto, Carlos Eduardo de Moura ('Magrão'), Professor Eric de Oliveira, Professor Osvaldo Negrão e Antônio Alves da Silva ('Toninho da Farmácia'), solicitando a inclusão da emenda à Lei Orgânica 1/2013, que aumenta o número de Vereadores no Município de 11 para 19, pois está visível o posicionamento da população contra esse aumento. Requerimento do Vereador Cal para ser votado hoje, inclusão de votação hoje". Poucas pessoas, inclusive eu, perceberam a malícia dessas palavras, que jogavam ainda mais os presentes contra os Edis que apresentaram a proposta, mas fica pior, pois não vimos o óbvio, a votação seria naquele dia, por isso estávamos lá, não havia a necessidade do Cal em fazer tal solicitação, a mesma apenas serviu para que os nomes dos proponentes fossem bem repetidos e assim despertar a má-vontade dos nossos pensamentos em, pelo menos, escutar o que tinham a dizer. De volta, tão logo cessaram os gritos e palmas do POVO, Ricardo Piorino apresentou um requerimento dos Vereadores que haviam proposto o aumento do número de cadeiras, pedindo o cancelamento do projeto, a retirada do projeto, o que acirrou ainda mais os ânimos, pois fomos 'informados' que seria essa a saída para adiar a votação, possibilitando que voltassem a apresentar a proposta no futuro em regime de urgência, sem a presença do POVO, dispensando que entrasse na ordem do dia. Se a proposta fosse (como foi) derrotada naquela noite, o prazo para que pudessem voltar com o projeto seria maior. Eu, pessoalmente, fui alertado desse procedimento, sem me dar conta que estava fazendo o papel de peão nesse jogo de estratégia ardilosamente planejado.



O primeiro Vereador a fazer uso da tribuna foi o Professor Eric, que ao referir-se ao povo com a frase: "que nos alegra com sua presença esta noite", já começou a ser vaiado, pois todos estavam com seu nome bem gravado, por saberem que era um dos proponentes do aumento de Vereadores e por terem sido lembrados duas vezes na fala do Secretário. Tentando virar o público a seu favor, Eric aproveitou para fazer um requerimento ao Presidente, expondo uma das grandes aberrações da Câmara Municipal, o horário das audiências públicas, que geralmente ocorrem na parte da manhã ou da tarde, impossibilitando a presença de muitos munícipes, numa jogada que só tem um interesse, manter o cidadão de Pinda alheio as decisões que ali acontecem. Vergonhoso isso, diga-se de passagem. Eric foi aplaudido.


Toninho da farmácia começou seu discurso sendo sincero, ou ao menos tentando, falou sobre o fato de ter votado favorável ao aumento do número de Vereadores (que merece aplausos, pela coragem, diga-se de passagem), mas colocou tudo a perder ao dizer que se fosse naquela noite, ele teria votado diferente, o que despertou a ira dos presentes, sendo, inclusive, atacado verbalmente. "Eu não costumo voltar atrás nas palavras, nas minhas atitudes aqui na Câmara, mas atendendo o pedido de vocês, estarei junto com vocês, voto contra o aumento do número de vereadores". Foi aplaudido novamente.


Cal: "nós entramos com um requerimento aqui hoje, assinado por mim, pelo martim césar e pelo Janio, pedindo para que os vereadores colocassem em votação hoje esse projeto. Peço que o meu requerimento seja votado em destaque, em destaque, eu sei que tem um pedido dos vereadores que votaram no projeto passado favorável retirando o projeto mas, para resolver de uma vez pediria até eles que colocassem em votação pra gente mostra para o pessoal que a gente (inaudível)", nova explosão de gritos e palmas. Ele soube jogar para a platéia. Se soubéssemos na época o que sabemos hoje sobre assinaturas, pois quem assinou a regulamentação do uso de veículo oficial, foi flagrado abusando da facilidade em rede nacional, causando indignação entre os munícipes, também estava lá.


Magrão pediu a palavra e iniciou informando que fizera um pedido para uma Audiência Pública do Transporte (que só se realizou no dia 08/08) e pediu a redução da tarifa, que é o que até agora estamos tentando. Visivelmente nervoso, cometeu inúmeros deslizes no Português e gaguejava, o que aumentava os brados contra sua fala, alguns aplaudiam e a maioria vaiava. Lembrou da audiência pública da Saúde que seria às 10 horas da manhã e foi interrompido com os gritos de "muda, muda", pois o povo não gostou de ser informado desses horários esdrúxulos.


Roderley Miotto tentou explicar o porque de, em comum acordo, os proponentes do aumento do número de cadeiras haverem cogitado retirar a proposta, mas caiu perante a desconfiança sobre os políticos em geral.


Professor Osvaldo pediu a palavra e foi o começo de uma aula de oratória, defendendo sua posição. Em primeiro lugar temos que lembrar que ele pediu o microfone de mão, ao invés de utilizar a tribuna, podendo se locomover pelo salão, conversando com as pessoas.


"Pessoal; eu gostaria como educador, eu tenho aqui muitos ex-alunos meus e tenho colegas de trabalho também, que eu sei que me respeitam muito pelo caráter que eu tenho, então eu gostaria muito que pelo Caráter que eu tenho e pela Honra que eu tenho, que vocês respeitem esse momento d'eu falar em primeiro lugar. Eu jamais, jamais quando eu me propus a entrar pra política e as pessoas que me conhecem sabem disso, eu jamais na minha vida eu votaria em algo que fosse contra a população. Eu não sou hipócrita e nem faço politicagem e digo a vocês, os vereadores, na maior parte que estão aqui hoje, principalmente os que estão contra os 19; primeiro, eu vou começar a orientar as pessoas pelo meu fêissibuque, orientar, vou dizer a elas o que é o Executivo, o que é o Legislativo, vou falar pra elas o que é um Projeto de Inclusão que entra aqui na casa, feito goela abaixo dos Vereadores e que são milhões de Reais que passam aqui por essa casa e que é voltado de forma totalmente inadequada, totalmente inadequada. Pessoas que não estão preocupadas com a população, mas quando se faz aqui o momento de fazer o nome, pensando em próximas eleições, vem aqui, com a maior hipocrisia, o sorriso 'tá aqui ó em algumas pessoas, quando acontece alguma coisa essas pessoas sorriem gostoso, sabe por quê? Porque na verdade, quando nos falamos em 19, nós pensamos numa representatividade pra população. Eu, conversando com alguns colegas, eu disse o seguinte: se vocês querem qualidade, eu concordo plenamente com qualidade. Gente, olha, poderíamos ter 3 Vereadores, eu disse isso quando votei aqui, 3 Vereadores somente na casa, desde que vocês, desde que toda Segunda-feira vocês estejam aqui, presenciando o que se faz, entendendo o que se faz aqui nessa casa. Nós temos que orientar a população e eu tenho tentado, tenho pedido aqui constantemente a presença de vocês, nós temos que acabar com essa hipocrisia, temos que acabar com pessoas oportunistas, que usam momentos para se promoverem, chega de palhaçada; passem a conhecer cada um aqui, aí vocês vão saber o que é necessário pra casa, passem gente, é um convite meu, venham conhecer as pessoas que estão aqui. Aquelas pessoas que me conhecem sabem do que eu 'tô falando e quero que vocês passem a me conhecer"


Cidadãos; sei que não são tolos, sei que vocês tem consciência da falta que fazemos naquela Casa de Leis, principalmente agora que podemos perceber o tal poder que os Edis Eternos tem naquele lugar, deveríamos ser o 12° Vereador e influenciar os resultados das propostas e votações que interessam a todos nós. Se os novatos estão tendo problemas em seus requerimentos, a culpa é toda nossa, por não participarmos assiduamente das sessões e isso foi claro para mim, que estou toda as segundas acompanhando os trabalhos. E como muito bem lembrado pelo Professor Osvaldo, poderiam ser apenas 3 Vereadores naquela casa, contando que o povo estivesse presente nas sessões.


E eu vi o sorriso no mal-disfarçado no rosto de um, enquanto os "Daniéis" (o POVO) era(m) jogado(s) aos leões ensimesmados.

O texto acima foi feito após o episódio, quando recebi o DVD com as imagens daquela noite, por isso as transcrições, acabei de encontrar, pois queria 'linkar' com essa nova apresentação do Projeto de Lei. Bem, 'linkando' aí embaixo:

Esta noite, Toninho da Farmácia propôs o aumento, antes, perguntou o que eu achava, eu disse o que o povo acha, que o povo não é favorável, dá pra tentar explicar, mas compreender de verdade? Ainda assim ele foi em frente e apresentou a proposta.

É uma jogada ousada, dizem alguns que é para conseguir se re-eleger, com medo da Reforma Política, portanto, é de difícil análise.

Eu estive na primeira tentativa de aumentar o número de Vereadores, eu comemorei, mas realmente não entendia nada, hoje sei o principal, não haverá aumento de gastos, a verba é uma só e a Câmara devolve o excedente.

Não sei o quanto mudaria com a presença de mais Vereadores, não sabemos as reais intenções de alguém que se candidate, claro, gostaríamos de confiar em alguém e nos dias de hoje está muito difícil.

Analisando friamente, é um chute no escuro, é apostar que entrarão pessoas novas, com novas idéias, é apostar no encerrar a carreira de muita gente. É um gesto ousado? É, veremos como reagirá a população, veremos como agirão pelas redes sociais, será que serão colocados ônibus a disposição? Sem "nenhum interesse"? Será que o POVO novamente inundará a Câmara? Essa eu quero ver. Tenho estado na Casa de Leis desde 2013, fiz vários convites para eventos em que a nossa presença como POVO era mais do que necessária... Sempre iam poucos.

Bem, na verdade é um braço-de-ferro, pelo que entendi, talvez, Toninho esteja com medo de não se re-eleger por conta da Reforma Política e vê no aumento do número de cadeiras, a Tábua da Salvação, por outro, Jânio, Martim César e Cal votaram contra. Claro, não só isso, a entrada de novos Vereadores pode não ser muito interessante (ao ponto do supra-citado 'ônibus') para alguns. Sei lá, acho que fico tentado a ver em 17 novos, todos novos, pessoas novas, pensamentos novos, novas visões de mundo, aí sim seria algo interessante, contudo, e se não funcionar? É, é bem difícil pensar a respeito... É tudo incerto. Resta observar o desenrolar dos fatos, como a sociedade reagirá, como ela entende.

Ricardo Piorino votou favorável, com o rosto amparado pela mão no queixo, olhando distanciado, parecia medir seu voto.

Era de se esperar o voto favorável do Vereador Professor Osvaldo e é alguém que deveria ser ouvido pela população, principalmente para aqueles que tanto apregoam por uma política melhor por toda a internet, mas sobretudo, os pindenses.

Há muito o que considerar sobre esta proposta, caberia a população, conhecer os fatos favoráveis e desfavoráveis, discutir racionalmente.

Da primeira vez, pensei que continuaríamos a lotar a Câmara, mas não, ainda que cada vez mais necessitados, requisitados, mas nada. Daí, meus amigos, fica difícil... Ah, como fazem falta naquele cenário. Ah, como o poder do POVO, consciente, justo, buscando o melhor, gente comprometida pessoalmente em contribuir com o melhor de si para todos, faz falta. Não dá pra explicar, vocês tem que acompanhar as sessões, como eu tenho feito, vocês tem que ver por si mesmos, estar interessados de verdade. É até difícil explicar.

A ausência de vocês requer este aumento, infelizmente. Como disse o Vereador Professor Osvaldo, poderiam ser três, se a população lotasse a Casa de Leis todas as sessões...

Infelizmente, é apostar. Para funcionar, só com todos nós, presentes, em todas as sessões. Todas.


quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Bolsa-Família, quem nunca muda de opinião...


Cidadãos; há muito venho pensando em rabiscar uma linhas sobre o programa Bolsa-Famíla e, confesso, tal empreitada não é das mais fáceis; a delicadeza para tratar um assunto tão sério deve ser muito bem calculada, pois o tema é sensível e desperta muitas discussões e opiniões acaloradas; e - infelizmente - muitas são as pessoas que se recusam a apresentar argumentos realmente sérios para tratar de assunto tão pertinente, e são capazes de expor o pior de si. Aliás, preferem continuar na cegueira das emoções partidárias em detrimento dos benefícios à mais de 16 milhões de famílias sobrevivendo abaixo da linha da pobreza.


O programa Bolsa-Família foi criado em pelo ex-Presidente Luís Ignácio da Silva (o 'Lula'), em 2003 para unificar os programas implantados durante o governo do ex-Presidente Fernando Henrique Cardoso (Bolsa-Escola, Bolsa-Alimentação, Auxílio-Gás e o Cartão-Alimentação) e trata-se de um programa de transferência direta de renda, que beneficia famílias em situação de pobreza e extrema pobreza; ou seja, auxilia financeiramente famílias pobres (com renda de 70 a 140 Reais) e extremamente pobres (renda menor que 70 Reais).




Para ter direito ao auxílio, as famílias beneficiárias devem manter seus filhos vacinados e freqüentes na escola. O programa integra o plano 'Brasil Sem Miséria' e tem em foco, os 16 milhões de brasileiros com renda per capita inferior a 70 Reais.



Em um país de contrastes, como o nosso, tal iniciativa é condenada por parcelas da população capazes de gastar em uma única noite, várias vezes o valor com o qual essas famílias sobrevivem pelo mês e vemos multiplicarem-se os apelidos pejorativos como 'Bolsa-Miséria', 'Bolsa-Esmola' ou 'Bolsa-Vagabundo'; sempre utilizando argumentos pífios para justificar uma ira, que pode até enganar à primeira vista, mas que não sobrevive a um escrutínio mais dedicado; os detratores mal disfarçam um ranço contra quaisquer iniciativas do Governo Federal para diminuir diferenças tão notórias; são inúmeras as críticas a acusar o programa de ser apenas uma jogada eleitoral de forma a garantir a permanência do Partido dos Trabalhadores no poder.



Pela internet, inúmeras pessoas se levantam contra o programa, como a 'Arquiteta/Professora/poetisa', Júlia Lícia (cuja frase é utilizada na, foto acima, para validar um pensamento egoísta muito comum nas redes sociais); para os detratores, a idéia principal não é ajudar brasileiros em situação de miséria, mas sim, aprisionar as pessoas, sem levar em conta que um dos requisitos é a tal freqüência escolar! E a real importância da Educação, libertar o homem de diversas amarras, é convenientemente, esquecida. À primeira vista, a frase tem seu charme, porém também não resiste a um olhar mais crítico. Passa a impressão de uma preocupação com o ser humano, no entanto, apenas mascara a realidade de uma fatia considerável da população brasileira e suas necessidades.


Um pouco da Poesia de Júlia Lícia: http://jullicia.wordpress.com/


São muitos aqueles que desconhecem pesquisas que revigoram a esperança no próprio povo brasileiro, as quais refletem uma ação já esquecida da grande maioria, a solidariedade das famílias que vão se livrando do jugo da miséria e abrindo mão, espontaneamente, do auxílio, para que o benefício chegue para outras famílias! Sim, já são mais de dois milhões de famílias que seguiram às Prefeituras com o propósito de se desligarem do programa!


O programa, a meu ver, é uma tentativa - válida - de reduzir a pobreza a curto e a longo prazo, transferindo capital para quebrar o ciclo de pobreza, ainda que e o menor valor pago seja de R$ 32,00. Antes de continuar, devemos considerar as opiniões de 'fora', pois, o programa foi considerado uma das principais tentativas de combate a pobreza do mundo. Para a publicação britânica, "The Economist", trata-se de um 'esquema anti-pobreza' e condicionar o acesso ao benefício a obrigatoriedade da freqüência escolar, para o jornal francês "Le Monde", 'representa a melhor arma, no Brasil ou em qualquer lugar do mundo, contra a pobreza'.


Enquanto navegava, procurando dados sólidos para validar minhas argumentações, me deparei com um blog, que não irei revelar aqui, pois não pouparei palavras para expor algumas máximas da ignorância cega que encontrei. De uma forma ordeira, um pseudo-intelectual aponta dez motivos para expor toda a sua mediocridade à prova. Bem, vamos por partes:





1. "O Bolsa-Família consiste meramente numa esmola, pois a família não produz nada para receber o benefício. Nunca nenhuma nação do mundo prosperou distribuindo esmolas ao seu povo. Muito pelo contrário, os países desenvolvidos são aqueles em que o povo sobe na vida através do próprio esforço".





R.: Para começo de conversa, tratar o auxílio mensal para famílias como esmola já evidencia a condição socio-econômica afortunada do 'pensador', pois - certamente - trata-se, para ele, de dinheiro de 'balada'. Subir na vida através do próprio esforço, é louvável, mas seria melhor conhecer a condição das pessoas que recebem o benefício. Gente combalida pela miséria, no mínimo, teria as forças renovadas e melhores condições de lutar por um lugar no mercado de trabalho, apenas pela possibilidade de uma melhor alimentação. Fato.




2. "O Bolsa-Família pode até combater os efeitos, mas não combate a causa da pobreza. É como secar o chão ao invés de tapar o buraco da goteira. O Bolsa-Família é uma medida emergencial que não resolve os problemas estruturais do Brasil. Por mais necessária que possa ser, ela ilude a muitos".




R.: Sim, combate a pobreza e de uma forma inovadora, dando condições às famílias para se desenvolver com melhor qualidade de vida. O programa não visa resolver os problemas estruturais do Brasil e sim, trazer um alento para famílias miseráveis, ajudando-as a buscar crescimento sadio e renovar esperanças.




3. O Bolsa-Família traz um benefício maior para quem tem mais filhos, muitos pobres acabam tendo mais filhos para ganhar mais benefícios do Estado/provedor. Logo, mais pessoas carentes nascem e a pobreza é perpetuada.





R.: A partir de um julgamento de caráter, o autor, generaliza os beneficiários, tratando-os por pessoas interessadas na 'Lei de Gérson', aquela na qual se deve, sempre, levar vantagem. Desnecessário dizer que se atribuir valores morais para quem não se conhece, é, no mínimo, atestar a própria estupidez.



4. O Bolsa-Família tem um caráter assistencialista no Nordenste que faz com que muitos o vejam como uma dádiva dos nossos atuais governantes. Logo, esse assistencialismo de Estado acaba influenciando muitas pessoas humildes a dar seu voto a determinado partido, seja por gratidão ou seja por medo de perder o que tem.



R.: Auxiliar famílias em situação de miséria não deve ser visto apenas como ação assistencialista, trata-se de argumento muito pobre e que não passa o real significado que poderia ser entendido como um ato de solidariedade do qual todos deveríamos nos orgulhar. E sim, é gratidão que sentem, porque após décadas e mais décadas de total abandono da classe dominante, muitas famílias reconhecem os esforços que lhes garantem o resgate de uma cidadania e dignidades há muito esquecidas. O programa deveria ter sido implantado em nosso país a muito mais tempo.




5. Premiar a ociedade é um erro. O assistencialismo acaba viciando o povo. Muitas são as pessoas que preferem ficar em casa do que trabalhar, pois recebem seguro desemprego e Bolsa-Família.





R.: A falácia mais típica e largamente difundida, ainda que completamente errônea e maliciosa; sabendo que o rendimento das famílias poucas vezes superam o valor de um salário mínimo - R$ 678,00 - o qual essas famílias não recebem, lembrando que tratam-se de núcleos familiares que recebem de 70 a 140 Reais por mês. Para usar uma palavra muito utilizada pelo autor, 'logo', catar latas de alumínio é um trabalho, mal-remunerado, mas trabalho.




6. O Bolsa-Família pode ser gasto com bebidas, drogas, prostituição, etc - diferente do finado Cheque-Cidadão. Logo, o dinheiro do benefício pode causar ainda mais malefícios para as famílias. Não é à toa que muitas famílias podem sofrer por causa do Bolsa-Família.






R.: Muitas pessoas não sabem - ou não querem saber - mas o benefício é, preferencialmente, entregue às Mulheres, exatamente para evitar esse tipo de problema; a mãe, geralmente preza pelo bem-estar de sua família e controla os gastos de acordo com as necessidades da mesma. Afirmar que "muitas famílias podem sofrer por causa do Bolsa-Família" é tão inadequado quanto mesquinho.



7. Não existe um mecanismo de saída para quem recebe o benefício. Logo, muitas pessoas ficam aprisionadas na mediocridade do assistencialismo.

R.: Contando com três eixos principais: a transferência de renda, que promove o alívio imediato das chagas da pobreza extrema; as condicionalidades, as quais reforçam o acesso a direitos sociais básicos nas áreas de educação, saúde e assistência social; e as ações e programas complementares, objetivam o desenvolvimento das famílias, de modo que os beneficiários consigam superar a situação de vulnerabilidade.






8. O Bolsa-Família não obriga as famílias a aprenderem uma profissão ou a fazer um curso técnico. Não basta dar o peixe, é preciso ensinar a pescar. Não há contra-partida ou qualquer serviço que os beneficiados recebam para adquirir o dinheiro suado dos contribuintes. A única contra-partida é a mulher ter os filhos na escola e vacinados, o que já é uma obrigação constitucional.

R.: Novamente, o autor bate na tecla do 'mecanismo de saída', não diz muito, apenas 'enche lingüiça e, para validar sua 'percepção', entretanto, ao exibir sua ignorância sem pudores, omite o fato de que uma das prerrogativas visa inserir os beneficiários do Bolsa-Família no mercado de trabalho através da oferta de cursos de formação sintonizados com a vocação econômica de cada região. Escolas técnicas, o "Sistema S" (*) e outras redes serão mobilizados para que seja possível proporcionar cursos gratuitos e oferecer material pedagógico, lanche e transporte aos alunos. E ter os filhos na escola é uma coisa, garantir sua freqüência é outra, completamente diferente.

(*) "Sistema S", termo que define o conjunto de organizações das entidades corporativas voltadas ao treinamento profissional, assistência social, consultoria, pesquisa e assistência técnica, cujos nomes começam com a letra 'S' e te raízes comuns e características organizacionais similiares. 
Fazem parte do "Sistema S"

SENAI - Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial
SESC - Serviço Social do Comércio
SESI - Serviço Social da Indústria
SENAC - Serviço Nacional de Aprendizagem do Comércio
SENAR - Serviço Nacional de Aprendizagem Rural
SESCOOP - Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo
SEST - Serviço Social de Transporte.



9. Os gastos crescentes com o Bolsa-Família acabam aumentando os gastos do governo, que terá que aumentar os impostos. Com mais impostos, os empresários não se motivarão a investir em mais empresas para criar mais empregos. Com menos empregos, há menos comércio e mais pobreza. Com mais pobreza, mais pessoas precisarão do Bolsa-Família. Com mais pessoas precisando do Bolsa-Família, mais votos terão os políticos populistas. Com mais políticos populistas, mais gastos no Bolsa-Família.


R.: Aqui, o autor inventa toda uma gama de 'brilhantes deduções', que podem até enganar os incautos, mas basta apenas lembrar que o aumento da rendas das famílias que contam com o auxílio, também aumentou a demanda por mais produtos, gerando assim um aquecimento em economias à beira da falência nos rincões esquecidos do país. Agora quanto aos "empresários não se motivarão a investir em mais empresas para criar mais empregos", percebe-se - claramente - que o autor se esqueceu do crescimento de empregos com carteira assinada no país, aliás, o mês de setembro tivemos a maior geração de empregos nos últimos três anos. Os dados divulgados do Cadastro-Geral de Empregados e Desempregados (CAGED), nesta Quarta-feira (16/10) pelo Ministério do Trabalho e Emprego, apontam a geração de 211.068 postos de trabalho com carteira assinada. O resultado do mês - um crescimento de 0,52%, aponta para uma reação do mercado de trabalho formal. No período de Janeiro de 2011 a setembro de 2013, houve geração de 4.7 milhões de empregos formais. Ou seja, é sempre muito fácil falar tendenciosamente quando se ignoram os números oficiais.


10. O Bolsa-Família não reduz o trabalho infantil. Muitas crianças batem ponto nas escolas, mas continuam trabalhando. O Bolsa-Família deveria ter como adicional para a melhora das notas dos alunos e um reforço para suas educações. De nada vale bater ponto nas nossas péssimas escolas públicas se a criança virar um analfabeto funcional.

R.: Não sei quanto a vocês, mas esses discursos sem fundamento, sem apresentar pesquisas, somente evidenciam a má-vontade de muitos e são parte de um retrocesso emocional emblemático das classes mais abastadas e profundamente ignorantes da realidade de grande parte do povo brasileiro.


Bem, como qualquer pessoa que valorize um mínimo de seus neurônios, essa é a tônica dos discursos contrários ao programa, facilmente refutáveis por conta da estreiteza de visão, ausência de pesquisa séria e uma mal-disfarçada falta de solidariedade e preocupação verdadeira com pessoas que passam fome, que vivem em condições precárias e que foram esquecidas por inúmeros governantes por décadas.


Convido a todos uma reflexão séria sobre os problemas do país e como cada um vem lutando para diminuí-los e deixo, para favorecer a seriedade, as palavras do Filósofo Immanuel Kant:



segunda-feira, 14 de outubro de 2013

O que é proibido...


Cidadãos; há algum tempo, em um dos grupos da nossa cidade no 'fêissibuque', me vi às voltas com pessoas munidas de discursos raivosos ante o tema "Pichação"; discursos que até assustavam, pois vinham de gente que já tem uma considerável bagagem de vida e suposta capacidade para entender o que dizem, e também para compreender o que outros falam; entretanto, não conseguiam ser no mínimo sensíveis aos próprios discursos, negando-se a enxergar que as soluções imediatistas que apresentavam, tão somente podem levar a um futuro ainda pior do que o que já acena no horizonte. Intolerância, preconceito e um perigoso flerte com medidas que remetem ao pior de uma ditadura, ainda incensada por alguns dos membros daquele agrupamento, que desprezam quaisquer relatos de torturas e mortes, como se não passassem de relatos mentirosos dos desafetos de um regime, para os entusiastas, foi primoroso!




Ao invés de continuar com as falas inconseqüentes de alguns, prefiro começar pelas tais "pichações", uma vez que muitos não tem o mínimo conhecimento da história desse tipo de manifestação através dos tempos. Bem, para começar, a  "Pichação é o ato de escrever ou rabiscar em muros, fachadas de edificações, asfalto ou momumentos, usando tinta em 'spray', dificilmente removível, estêncil ou mesmo rolo de tinta. No geral são frases de protesto ou insulto, assinaturas pessoais ou mesmo declarações de amor; embora a pichação seja também utilizada como forma de demarcação de territórios entre grupos - às vezes gangues rivais. Por isso difere-se do 'grafite', uma outra forma de inscrição ou desenho, tida no Brasil como intervenção artística. (fonte: Wikipedia)."


Sabe-se que a pichação podia ser vista nas paredes das antigas civilizações, evidenciando de que não se trata de uma atividade contemporânea. A lava e as cinzas do vulcão Vesúvio, na Itália, apesar de destruído a cidade de Pompéia, no ano 79 d.C., preservaram muros onde haviam todo o tipo de pichação, desde xingamentos, propagandas políticas e até Poesias. Na Idade Média, padres pichavam as paredes dos mosterios 'rivais' para expor suas doutrinas e criticar doutrinas contrárias, governantes e quaisquer pessoas se queria difamar. A prática teve grande evolução após a Segunda Guerra Mundial, quando começou a fabricação de tintas em aerosol, que faziam o ato de pichar, mais rápido e fácil. 



No Brasil, durante a Ditadura Militar, as pichações quase não eram vistas na cidade de São Paulo, a intolerância era enorme, pois não existia Liberdade de Expressão.


Faço aqui um adendo, lembrando que um dos críticos mais ferrenhos das pichações, com que argumentava, é um militar aposentado e defensor da Ditadura, o que abriu outro debate entre nós. 



 O 'pichador' à direita, segundo alguns, seria o ex-Governador Mário Covas, mas após muita procura pela internet, não encontrei indícios que corrobore a afirmação; vale lembrar que esta foto tornou-se um dos símbolos da luta contra o violentamente repressivo governo militar.
Inegável a coragem do 'pichador', era época em que Liberdade de Expressão não passava de sonho esquecido por muitos, que aceitavam bovinamente as mordaças militares e o discurso imbecilizante de emissoras de tevê que andavam de mãos dadas com o regime de exceção.


Pois bem, vamos voltar ao 'bate-papo' sobre o qual abri este texto; pude constatar que todos os discursos iniciavam-se na preocupação com o coletivo, o que é louvável, entretanto - infelizmente - ao desenrolar da conversa, as máscaras caíam, exibindo (além de preconceitos), uma ignorância latente que beirava a insanidade, descambando para o puro e simples egoísmo destemperado, destroçando até o menor resquício de senso de coletividade e bem-comum.


À primeira vista, o que espanta é a incapacidade de pensar , justamente, no coletivo, numa estreiteza de raciocínio que beira a infantilidade egoísta; os pedidos de cadeia para pichadores e, um quase velado clamor por pena de morte se a pichação acontecer nos muros de suas casas, assustam!


A impossibilidade de perceberem que os pichadores, em muitos casos são adolescentes, com o 'agravante' de serem os tais 'revoltados', então, a punição de 3 meses a 1 ano e detenção (e multa) em uma 'Fundação Casa', seria colocar transgressores lado-a-lado com jovens infratores de todos os níveis, de ladrões a homicidas, onde poderiam aprender coisas ainda mais reprováveis com o tempo ocioso. No caso de pichar patrimônio público, a pena aumenta para de 6 meses a 1 ano. Sem deixar de fora que após um período entre os jovens infratores, a violência poderia voltar em outras formas, bem mais trágicas.


Mas o pior ainda estava por vir; participei - com 'Vs' - das comemorações da Semana da Juventude, promovida pela Prefeitura de nossa cidade, onde tínhamos uma tenda de ContraCultura e tratávamos de Pichação e Poesia, conversávamos com os jovens sobre manifestações em nossa cidade e discutíamos ações diretas. Alguns funcionários da Prefeitura nos observavam com olhares de reprovação; pois bem, postei uma foto no grupo Pinda Cidadã e foi quando despertamos a ira de alguns membros e a discussão que rendeu o assunto, ganhou desdobramentos inimagináveis. Poucos dias depois, um dos membros postou fotos de uma escola em Moreira César 'atacada' por 'vândalos' pichadores e novamente a discussão se fez presente e não demorou muito para tentarem nos ligar àquelas pichações; um dos membros e 'eleito' pelo autor do 'post', que queria discutir comigo, ignorando as perguntas e considerações dos demais, o que gerou muitas piadinhas sobre os verdadeiros interesses do mesmo.


O rapaz tentava me 'culpar' pelas pichações, alegando que o símbolo do anarquismo, retratado nos muros da escola e que aparecia em nossa tenda, só poderia ter sido feito por nós. Eu fui chamado de anarquista! Claro, lembrando que para esse rapazote, anarquia é sinônimo de bagunça, afinal, é isso que pensam aqueles que não sabem do movimento anarquista. O que é uma lástima, pois além de facilmente refutáveis, quaisquer discursos são esvaziados em legitimidade quando preenchidos com ignorância.




A emblemática pichação que apareceu em uma das escolas públicas de Pinda, clamando a necessidade de um ensino público de qualidade, ao meu ver, é válida, e não tem nada de vandalismo, afinal, vandalismo é o que o Estado faz com a Educação e o erro na grafia, foi certamente ocasionado pela tensão e adrenalina de se cometer um 'crime'.



E antes de sair gastando dinheiro público em campanhas de conscientização, não podemos ignorar uma máxima muito verdadeira:



O que é proibido é mais gostoso!

Pausa


Antes Sol
O Sol da Meia-Noite


Sol... Sempre sonho sol
Sempre sonho só; tão só,
Não tenha dó, eu mereço
Já sei que o Amor tem seu preço
Como o final tem um começo
Todo feito de passados

Então, só, eu sonho sol.
Pois, antes sol,
Do que mal-iluminado.




Da noite pro dia!


Cidadãos; quando comento com vocês que a nossa Câmara trabalha mais para si própria do que para o povo de Pindamonhangaba, acredite. Tudo é feito para atrapalhar e demover os planos daqueles que realmente querem exigir a Moralização daquela Casa de Leis. Para começar, essa mudança da Câmara de Vereadores para longe do centro, que só tem um propósito, afastar o povo dos trabalhos e decisões de nossos representantes. O pequeno número de cidadãos naquela casa, é a prova maior de que tiveram sucesso no plano.


Na primeira sessão da Câmara, após a inesquecível 'Noite das 11 Cadeiras', quando - pressionados pelo povo (que não foi consultado em nenhuma instância da proposição) - os representantes votaram contrários ao aumento das cadeiras de Vereadores de 11 para 19; segundo fonte que pede sigilo, o Vereador Marcos Aurélio teria dito: "hoje não vem ninguém e a gente pode votar o que a gente quiser". É assim que pensam e nós todos temos culpa e trata-se de uma observação acertada do Edil.


Voltando ao assunto, a Burrocracia que impera naquela Casa de Leis; bem, como eu disse antes, são públicas e notórias as dificuldades apresentadas para uma maior participação popular na Câmara Municipal de Pindamonhangaba. De acordo com o artigo 259 do Regimento Interno daquela casa: "a iniciativa popular pode ser exercida pela apresentação à Câmara de Vereadores de propostas de emendas à Lei Orgânica Municipal ou Projetos de Lei de interesse do Município, através da manifestação de, pelo menos, cinco por cento dos eleitores", até aí, tudo bem, concordo, entretanto logo começam as tais dificuldades; em primeiro, destaco que para recolhermos assinaturas, temos que informar até mesmo o endereço do eleitor! Não basta que seus dados eleitorais indiquem que vota em nossa cidade, acredito que isso seja um abuso, mas 'tá na Lei; não gosto de pedir o endereço das pessoas, pois muitos temem perseguições por conta da posição que assumem ao participar de um abaixo-assinado, principalmente quando se trata de assunto polêmico, como igualar o salário dos Vereadores com os salários dos Professores da rede municipal, que estamos tentando levar adiante, mesmo com todos os obstáculos (acreditamos que os moradores de Pinda querem essa mudança, pois foram muitos os elogios quando surgimos com a idéia - inclusive do Prefeito Vito Ardito Lerário, que me revelou, durante um bate-papo informal, ter gostado da iniciativa, "vocês deixarão os Vereadores numa posição difícil", afirmou - e tem muita gente me procurando com pedidos de folhas de assinaturas, pois se dispõem a coletá-las e participar mais ativamente desta iniciativa nobilíssima); agora entra o mais complicado dos problemas, aquele que expõe a má-vontade dos nossos representantes. "II. As assinaturas serão organizadas em formulário padronizado pela Mesa da Câmara"! A má-vontade é tanta que me passa a impressão de que os requerimentos só são apresentados às Segundas, quando acontecem as sessões ordinárias da Casa de Leis, requerimentos simples como esses, dependendo de apenas uma assinatura, chega a parecer ridícula toda essa demora. E tem mais! "V. O projeto será protocolado no órgão legislativo da Câmara, que verificará se foram cumpridas as exigências constitucionais para sua apresentação". Ou seja, ainda que você cumpra todos os passos anteriores, terá que esperar a fiscalização dos Edis. E pode apostar, se for aprovado, não será da noite para o dia.


Longe da celeridade de um Martim 'Bolt', é esta a realidade.

quinta-feira, 10 de outubro de 2013

Morte aos Professores!!!


Cidadãos, antes de continuar, lhes acalmo, pois o título é tão somente um grito irônico por conta do que parece ser a abertura da temporada de caça aos docentes que se instalou em nosso país nos últimos tempos. Claro, eu estaria sendo hipócrita se apenas considerasse os eventos recentes os quais só aumentam a nossa vergonha com a forma com a qual os Professores são tratados pelos governos tapuias; afinal, que a nossa Educação Pública vai de mal a pior já sabemos e, de uma forma ou de outra temos nossa parcela de culpa. Entretanto, a cada dia que passa, horrorizados, somos brindados com uma violência exacerbada contra os Professores no Rio de Janeiro; a atuação da Polícia Militar carioca, contra esses Profissionais tão essencias para a construção de uma sociedade melhor, beira as ações nazi-fascistas mais truculentas.




De algumas décadas pra cá, tenho visto aumentarem os casos de violência contra os Professores (as agressões vem de todos os lados, dos alunos, dos pais de alunos), em ritmo acelerado, assim como o descaso com a classe, mérito de nossos representantes e nosso também, mas entenderão na última parte deste textículo. De acordo com dados do MEC (Ministério da Educação e Cultura), 1,9% dos 225 mil docentes que responderam a questionário sobre o assunto durante a Prova Brasil (exame aplicado pelo MEC) afirmam terem sido agredidos fisicamente por estudantes em 2011.


Sem trocadilhos infames com as imagens que nos chegam dos protestos na 'Cidade Maravilhosa', a tarefa de ensinar, fica evidente o óbvio, ensinar virou caso de Polícia na terra brasilis.


Segundo pesquisa da APEOESP (Associação dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo), em maio deste ano, 44% dos Professores da rede estadual já sofreu algum tipo de violência na Escola. A forma mais comum é a agressão verbal, atingindo 39% dos docentes. Assédio Moral, 10%, o "bullying", 6% e a agressão física, 5%. E, surpreendentemente, os Professores que mais sofrem com a violência escolar são do sexo masculino do ensino médio: 65% foram agredidos de alguma maneira.


Docentes desmotivados com o quadro de abandono, no qual se encontra a profissão tão vital para a construção de uma sociedade; sem autoridade; pais que repassam à Escola, a tarefa de educar seus filhos; alunos inquietos em salas de aula que parecem paradas no tempo e governos criminosamente omissos, compõe essa bomba-relógio da violência.


Hoje a violência saiu das escolas e atinge os professores nas ruas! E ela vem da Polícia! A mesma Polícia mal-paga que manda seus filhos à Escola Pública abandonada pelos governantes que eles se esforçam para proteger. O soldado ao lado exibe um cacetete quebrado durante a manifestação dos Professores no Rio de Janeiro e pede 'desculpas'. É, no estado fluminense é o Professor que 'leva pau'. Isso é no mínimo falta de vergonha na cara daqueles que se aproveitam da tal "festa da Democracia" tão alardeada.



Vivemos tempos de escuridão para toda a sociedade brasileira; entendo que o estudo não é tão levado a sério no país e, pasme! As razões podem ser de ordem religiosa. Em recente entrevista à Jornalista Marília Gabriela, no programa 'De Frente com Gabi', o Cientísta Político, diretor do Instituto Análise (que atua na área de Pesquisa de Mercado e Opinião Pública) e colunista do jornal "Valor Econônimo", Alberto Carlos Martins afirma: "que o brasileiro nunca teve como prioridade a Educação e isso vem de nossa matriz católica; as tradições católicas e protestantes são opostas com relação a isso (Educação), o catolicismo decidiu educar a elite, não é por acaso que exista colégios e universidades jesuítas. Quando veio a reforma protestante, foi a seguinte decisão que eles tomaram, vamos educar o povo. Quando começou a reforma, 99% da população era analfabeta, era alfabetizada a Coroa, os nobres e o Clero. Eles (os Protestantes) disseram: vamos alfabetizar a todos, porque todos tem que ler a Bíblia; então o sistema escolar massificado alemão foi criado numa composição entre a Igreja Luterana e a Coroa local que se converteu ao luteranismo; aí a Igreja Católica começou a fazer vários experimentos para deter o protestantismo, um deles foi a 'Companhia de Jesus', (Jesuítas) que funcionou maravilhosamente bem. Ela (Igreja Católica) disse para os nobres o seguinte: olha, eu dou os professores e vocês me dão a estrutura e a gente educa a tua elite e aí aconteceu o inverso (da Alemanha), eles conseguiram deter o avanço do protestantismo; mas foram criadas duas tradições educacionais, uma para educar a população como um todo e a outra para educar a elite e nós somos vinculados a essa tradição (católica); Portugal tem uma das piores escolaridades de Europa, porque é extremamente católico o país. Mas isso não é uma conspiração das elites, é simplesmente, o político que investir demais em Educação, não recebe em troca o voto, porque o eleitor também não apóia isso, ele quer que invista em consumo, em Saúde. A Educação não é um valor em si próprio pra nós, como é num país protestante, a Educação para nós é um meio para atingir alguma coisa. Então, você vende a Educação no Brasil dizendo: mais educado você vai ter mais dinheiro, não como algo que tenha valor em si. Isso é cultural..." conclui.



Martin Luther


Precisamos rever nossos conceitos e conceder a Educação, o tal valor em si, tão desprezado - culturalmente - em nosso país; precisamos nos unir aos Professores em busca de uma Educação de qualidade para todos, pois os reflexos do descaso com o ensino público já batem as nossas portas com a violência e o desrespeito típicos da ignorância e não vem desacompanhada, pois junto, vem a própria desvalorização do ser humano, preso numa cela invisível de intolerância e preconceitos vis que só atrasam e afastam. A Educação brasileira está na UTI, os Professores já estão desenganados e o povo, aceita e aplaude. Algo precisa ser feito, com urgência. Ou nos unimos agora ou estaremos fadados às trevas da ignorância mais torpe e brutal, num futuro de máxima audiência em reportagens sensacionalistas.

Chega de re-eleição "ad infinitum"


Cidadãos; precisamos muito e urgentemente despertar a consciência política de nossos amigos munícipes, temos que acordá-los para acabar com a farra da re-eleição "ad infinitum" em nossa Câmara Municipal! Precisamos de sangue novo nos poderes e pra ontem! Nós, o povo, principalmente aqueles que se dizem politizados e conscientes, precisamos agir com urgência e exigir que esse mal seja extirpado da Câmara dos Vereadores de Pindamonhangaba.


Prestes a atingir 28 anos no poder, Jânio Lerário é o Vereador com mais tempo na casa, muitos brincam dizendo que após sua morte, é lá que ele será enterrado. Apesar de ser até engraçado, o assunto é muito sério merece ser tratado com muita atenção por todos nós. Freqüento a nossa Casa de Leis desde Junho, toda Segunda-feira, religiosamente, e nesse tempo todo só o vi (Jânio) fazer uso da palavra uma única vez, e só o fez para defender o irmão, pedindo que a CEI das Horas Extras não fosse aprovada e lembrar seus pares de compromissos firmados em "cima do caminhão", ou seja, em campanha com o atual Prefeito.





Temos ainda, o Vereador Felipe César em seu mandato, os Edis Cal e Martim 'Serelepe' César no mandato; Toninho da Farmácia já está no. Muito tempo, meus caros amigos, não acham? Já deu, né?






Creio que os Vereadores, assim como os demais gestores públicos, deveriam ficar no máximo 8 anos em seus cargos. Quem participa das sessões em nossa Câmara Municipal, pode - facilmente - perceber o quão prejudicial é a presença de pessoas 'enraizadas' no poder e, quando digo 'prejudicial', não me refiro apenas para a população, mas para o próprio sentido de Democracia! Precisamos de alternância de representantes! Chega dos mesmos senhores envelhecendo na Casa, pois os recentes acontecimentos nos mostram que a memória vai ficando fraca e vai traindo alguns, como o Vereador serelepe, que assinou a resolução que regulamenta o uso de veículo oficial e... Pasme! Se esqueceu e o utilizou até para transportar a esposa para São Paulo. E olha que ela nem Vereadora é! Idade avançada não é sinônimo de competência trabalho, como já ficou provado, portanto: abram os olhos!




A longa espera


Cidadãos; interessantíssimo observar que algumas coisas na Câmara Municipal de nossa cidade andam na velocidade de um Martim 'Bolt', por exemplo as últimas sessões, nas quais  tivemos o tempo de nos acomodarmos nas cadeiras para escutarmos que a sessão havia chegado ao fim! Sim, quem teve a oportunidade de acompanhar os trabalhos em nossa Casa de Leis, certamente surpreendeu-se com as sessões a toque de caixa dos últimos dias.


Enquanto toda essa celeridade na condução dos trabalhos daquela casa nos surpreende, muito mais surpreendidos ficamos com os entraves, as famosas "burrocracias", para termos acesso a solicitações relativamente simples, como o requerimento para recebermos uma mísera cópia das filmagens da Audiência Pública do Transporte, o qual, mesmo contando com a intercessão do Vereador (Prof.) Eric (que afirmou ter assinado junto do requerente e entregue naquela Casa), se arrasta vergonhosamente.


Como podem perceber, há um nítido contraste entre a velocidade martiniana na condução dos trabalhos daquela Casa, com a lerdeza 'burrocrática' típica do pior da política tapuia, a qual com sua notória morosidade, tenta cansar e demover os cidadãos de terem seus pedidos atendidos. Isso é uma Vergonha! Por que não atender um pedido simples que não requer mais do que uma 'canetada' do responsável? Por que toda essa lerdeza para atender o simples pedido de um Cidadão?


Devo lembrar que já foram apresentados requerimentos antes, mas as respostas foram as mais estapafúrdias, pois na primeira, o pedido foi rejeitado porque deveria estar endereçado ao Presidente da Câmara, que é um lugar tão grande que certamente se perderiam no caminho de seu gabinete se no requerimento não vier expressamente para quem está destinado. E teve também a rejeição por conta do pedido fazer referência a sessão, mas foi alegado que não era sessão e sim Audiência Pública! Esse pessoal ri do povo na maior cara-de-pau!


"Ôpa, não está escrito que deve ir para o Gabinete do Presidente, então - mesmo sabendo que é da competência dele aprovar ou não - vou perguntar para cada um dos assessores, para cada um dos Vereadores, pro Secretário, para o Vice-Presidente (e ao final:); ah, é para o Presidente que devo levar sim, mas como não está destinado a ele, não vou levar não..."


Segue abaixo uma cópia do requerimento apresentado, tudo feito dentro dos conformes, mas ainda assim, preso na lerdeza.



Requerimento nº           / 2013



Assunto: . Material Audiovisual dia 08/Agosto/2013- “Audiência Pública - Transporte Público”



Eu, ________________________________________, RG _________________, Munícipe de 
Pindamonhangaba, venho por meio deste ofício, solicitar ao Presidente da Câmara dos Vereadores, Ricardo Piorino e à Câmara dos vereadores, localizada nesta cidade de Pindamonhangaba na Rua Alcides Ramos Nogueira nº 860, Loteamento Real Ville, Mombaça, conforme o artigo 267 do Regimento Interno da Câmara e conforme a Lei Acesso à Informação nº 12.527/2011, uma cópia da íntegra completa do material audiovisual gravado na “Audiência Pública - Transporte Público” no dia 08 de Agosto de 2013, pela equipe de filmagens da câmara. O mesmo material exibido durante a audiência daquele dia. Salientando que todo o material cedido será usado em benefício da população do município, visando incentivar maior participação da população as decisões pertinentes à cidade. 


Nesta oportunidade, aproveito para parabenizar a eficiência dos vereadores em atender as demandas e necessidades que a população de Pindamonhangaba vem apresentando nos últimos momentos. 








_____________________
Assinatura do Solicitante







                                                                                                         Contato: 





Será que dessa vez vai? Será que o pedido será atendido? Essa história já vem se arrastando por um bom tempo; o povo cobra a mesma celeridade do Vereador serelepe em seus requerimentos, aliás, nosso veloz representante deveria ser o responsável para dar andamento a tais solicitações, afinal, com ele é 'vapt-vupt'!

Para ficar mais claro, "eles demoram para responder", diz um solicitante, "se o requerimento foi aprovado ou rejeitado; se for o caso - por exemplo - de um vídeo, depois de aprovado, tem o tempo de gravação, que é de acordo com o que eles quiserem", completa.

As respostas para pedidos de acesso às licitações são ainda mais absurdas, mesmo sabendo que existe, por Lei um tempo máximo de 15 dias para ter o requerimento respondido; ao ser questionada, uma funcionária disse que não tem tempo exato, mas assim que respondessem a solicitação, ela ligaria para avisar.

Talvez os 15 dias sejam contados apenas por cada Segunda-feira!

Ou a funcionária desconhece o tempo determinado pela Legislação ou já está alertando para esperarmos sentados.

Pausa


Cidadãos; quando estou cheio de idéias na cabeça, sobre assuntos importantes para o nosso Município e não estou conseguindo mais me concentrar, pois caso não saibam, é, sim, difícil escrever, temos que estar atentos a tudo e, pensar requer uma boa quantidade de energia, a concentração requer energia; é, até para pensar estamos trabalhando e muito. Bem, no momento em que preciso dar uma descançada do tele-encéfalo altamente desenvolvido, escrevo Poesias... Como esta. Espero que gostem.



Enquanto o sonho não vem


Ninguém entendeu
Ou quis entender
Quem percebeu
Fez questão de esconder

É cada um por si
Ninguém é de ninguém
Já não ouço o 'Bem-te-Vi'
Há muito ele já não vê bem

O verso é triste
O inverso também
A saudade existe
A dor insiste
                                                          Enquanto o sonho não vem...

quarta-feira, 9 de outubro de 2013

Acorrentados


Cidadãos; ainda tem muita gente chiando sobre a aprovação do projeto de lei n° 126/2013 na última sessão na Câmara Municipal. Tal projeto, que agora é Lei, garante à Prefeitura, conceder incentivos financeiros aos atletas de todas as modalidades esportivas, residentes em nossa cidade, para que participem de competições regionais, estaduais, nacionais ou mesmo internacionais. Os valores em Pindamonhangaba podem chegar até R$ 9.524,40, sendo que o 'Bolsa-Atleta' do Governo Federal paga até R$ 3.100,00 por mês. E isso para atletas de nível Olímpico e Para-Olímpico!


Vale lembrar que, às voltas de ser contestado sobre possível mau-uso de verba pública, como fontes próximas ao Presidente da Câmara, o Vereador Ricardo Piorino já alegam, e com o fato de não cumprir as exigências para ocupar o cargo, o Secretário do Esporte de nossa cidade, Cléber Bianchi será o responsável pela análise dos eventos, a representação do Município e a disponibilidade orçamentária para a concessão do incentivo. Creio que a partir de agora, teremos que reforçar ainda mais nossos olhares sobre os trabalhos da administração pública.


O projeto de lei apresentado à Câmara, originou-se do pedido feito pelo atleta Almir Gonçalves Dubsky e também do ofício n°62/2013 de autoria do Vereador Carlos Eduardo de Moura, o "Magrão", que encaminhava a solicitação do atleta José Luis Camilo Filho, o "Grilo", que - com o auxílio - participará do concurso "Mister Universo" na Inglaterra já no dia 12 de outubro. Aliás, fiquei em dúvida, pois a descrição da solicitação apresentada por "Magrão" difere do cartaz anexado do campeonato, que diz tratar-se do campeonato "Amateur Universe" ou seja, categoria Amador!




Perdoem a minha ignorância, mas existe em nossa cidade alguma equipe em treinamento em algum Centro Esportivo Municipal na modalidade Fisiculturismo? Essa modalidade é aberta a toda a população? Afinal, o Prefeito disse que investiria em esportes para a população, por isso houveram mudanças radicais e necessárias nessa secretaria, ou estou enganado? Qualquer munícipe que solicitar o mesmo incentivo que os atletas agraciados, serão contemplados? Ou existe a necessidade de algum atributo ou característica específica? Por que o atleta do fisiculturismo, que é o atual Campeão Sul-Americano não recorreu ao recurso Federal? Por que só o valor das passagens seria, aproximadamente, o mesmo do incentivo do Governo?


Realmente fica a dúvida de até quanto os nossos Vereadores legislarão sem pensar no bem comum? Esse negócio de atuar preocupados com compromissos assumidos em cima de caminhão, como o Vereador Jânio já os lembrou energicamente em sessões passadas não me parece lá um bom negócio para o povo, pois facilita aos Vereadores se esquecerem que estão lá para representar a população!


Fica também a promessa de emenda na Lei, feita por um Vereador que não subiu no caminhão e que legislando liberto das correntes que muitos naquela Casa de Leis - fazem questão de lustrar de tempos em tempos (quando não o fazem, são "lembrados") - aos poucos incomoda os acomodados com o jeito ultrapassado de fazer política.

Outubro Rosa no CISAS é assim!


Cidadãos; como podem facilmente constatar, nos últimos meses nossa cidade tornou-se um celeiro de denúncias de todos os tipos; talvez por conta de tanto tempo de sono dos munícipes, que agora despertam contra quaisquer sinais de abusos e querem fazer a sua parte para evitar mal-feitos que prejudicam a todos.

Talvez por causa de uma possível postura contestadora de minha parte e a imagem - inegavelmente - vinculada aos protestos em nossa cidade, são muitos a me procurar para trazer à baila, assuntos que dizem respeito a toda Pindamonhangaba. Portanto, acredito que entendam os motivos para eu ter recebido ontem, uma possível denúncia de mau-uso do dinheiro público. Tal denúncia me chegou através de mensagem de uma fonte que me pedia para acessar um link para um álbum de fotos. Tentei acessar e não tive êxito, fui recepcionado com a mensagem "Este conteúdo está atualmente indisponível", o que achei suspeito, por permitir divagarmos sobre as razões pelas quais as fotos haviam sido retiradas. Felizmente, a fonte que me chamou, havia guardado cópias para me enviar, pois eu não estava online quando me procurou pela primeira vez.


O link que foi compartilhado comigo:
https://www.facebook.com/photo.php?fbid=3494659300914&set=pcb.3494662220987&type=1&theate

Abaixo, a mensagem de indisponibilidade.




A 'denúncia' dizia respeito a um possível mau-uso de verba pública, para a realização do que me pareceu, um café-da-manhã para funcionários do CISAS (Centro Integrado de Saúde e Assistência Social), em Moreira César, mas infelizmente, a (o) denunciante muito pouco sabia para informar-me melhor, mas na mensagem do (a) denunciante vinha a frase: "E o povo ó!"




Realmente, as fotos revelam uma mesa farta, com bolos, muitas frutas, sucos, café, entretanto, pode - muito bem - tratar-se do resultado de uma 'vaquinha'dos funcionários, não podemos julgar de imediato; confesso que nem trataria a questão em meu blog, pois faltam muitos elementos para se corroborar um eventual mau-uso do dinheiro público, entretanto, o fato das fotos terem sido retiradas da internet me deixou com a famosa "pulga atrás da orelha", afinal, por que foram retiradas? Haveriam indícios de mal-feitos?


Apesar de possuir mais fotos, reservo-me ao direito de não publicá-las, uma vez que aparecem pessoas, possíveis funcionários do CISAS nelas; em uma, vemos uma garota posando junto ao alimentos e em outra, vê-se um rapaz fotografando a mesa.


É, por enquanto - sem maiores informações - só podemos esperar que não se trate de dinheiro público e se for que ao menos não aconteça durante todos os dias do mês, pois - se não for resultado de 'vaquinha' - o "Outubro Rosa no CISAS" não pode ser assim.