quarta-feira, 11 de novembro de 2015

Multa ou Exército, escolha.

Cidadãos; tendo percebido a "amnésia" coxística fazendo muita gente boa passar vergonha nas redes sociais, então resolvi escrever este texto e criar uma página no Facebook para ajudar os amigos a conhecerem um pouco do passado político de nosso país, afinal, vejo que muita gente - hoje - tem que criticar o governo da Presidente Dilma Rousseff, utilizando dados do governo Lula, pois desconhecem os anos de governo FHC e anteriores (fruto de uma prática bastante comum há 15, 20 anos, dizer que Política não se discute). Para abrir essa nova série, focarei rapidamente na atual "greve" dos caminhoneiros. Claro, usei as aspas porque todos já estamos cansados de saber de que se trata de uma greve sem reivindicação séria, de classe, aliás, o que é chamado de 'reivindicação' é a saída da Presidente do cargo. E não nos esqueçamos que o líder afirmou que não haverá diálogo.

Pois bem, tenho visto muita gente postar absurdos, dizendo que se fosse o MST não haveria problemas (na próxima postagem abordarei esse 'tema'), outros indignados com a fixação de multas pesadas para os "grevistas" e vendo nessa atitude aquelas loucuras de sempre: "ditadura comunista", "bolivarianismo", etc.

Então, para ajudar os amigos, reproduzo aqui, matéria veiculada pela Folha de São Paulo de 29 de Julho de 1999.


GREVE NACIONAL É MANTIDA; FHC CONVOCARÁ O EXÉRCITO

Heil?!


A greve nacional dos caminhoneiros, que paralisa as estradas do país, entrou ontem no terceiro dia marcada pela radicalização do movimento e pela ameaça do governo.

O Presidente Fernando Henrique Cardoso deu uma guinada na retórica conciliadora usada até então e disse que convocará as Forças Armadas caso os bloqueios continuem.

Em São Paulo, as negociações entre grevistas e governo fracassaram. Depois de mais de quatro horas de reunião com o Ministro dos Transportes, Eliseu Padilha, o líder dos caminhoneiros, Nélio Botelho, disse que a greve continua, mas fez apela para que os bloqueios sejam suspensos.

No interior do Estado, em meio a um clima de tensão, pelo menos dez caminhoneiros foram detidos pela Tropa de Choque da Polícia Militar na desocupação da Anhanguera. Para dispersar os manifestantes foram usadas bombas de efeito moral e gás lacrimogêneo. Em Minas Gerais, grevistas se armaram com pedaços de pau para enfrentar a Polícia.

Nas cidades, a situação de desabastecimento se agravou. Faltam combustíveis em vários Estados.

Indústrias alimentícias tiveram a produção afetada. Mercados, feiras e sacolões deixaram de receber muitas mercadorias. Produtos perecíveis estão se deteriorando nas estradas.

Horácio Piva, Presidente da FIESP, cobrou ação enérgica de FHC. Montadoras e outras empresas pararam parcialmente. Os estoques das indústrias, já baixos devido em parte aos juros elevados, continuam diminuindo.

O movimento dos caminhoneiros conta com o apoio informal de empresas de transporte de carga.


Bem, fica claro que os tempos eram outros; hoje, temos entre os caminhoneiros quem peça pela "intervenção militar constitucional" e, claro, se forem atendidos pela nossa Presidente, já podemos ver a mídia caindo em cima e condenando a atitude. Ah, sim, óbvio, daí que os discípulos do Astrólogo Olavo de Carvalho terão contrações e convulsões pelas redes sociais, alegando ser o "Golpe Comunista" que se 'espera' desde a posse de Luís Ignácio 'Lula' da Silva.

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