sexta-feira, 30 de maio de 2014

Minha vida com Caxumba


 Cidadãos; como sabem este blog é dedicado aos mais variados assuntos que se manifestam na mente deste humilde escriba, pois bem, fui tentar dormir e ao abraçar minha cachorrinha, a Caxumba do título, resolvi ignorar o sono e relatar-lhes o meu Amor Incondicional por esse serzinho.



Caxumbinha e eu.


Encontrei Caxumba por volta da hora do almoço, eu estava saindo para comer algo com uma amiga quando nos deparamos com uma filhotinha abandonada; ela chorava em frente a uma casa, enquanto um cão latia no portão... Não pensei duas vezes, a peguei no colo e toquei a campainha, pensei tratar-se de uma 'fugitiva', o que não era o caso; a mulher que me atendeu afirmou que ela não a pertencia. Como estávamos em uma movimentada e perigosa avenida, decidi que lhe procuraria um lar, pois eu morava em um apartamento e era proibido manter animais ali. Enquanto andávamos pelas ruas de Lorena, encontramos duas crianças, duas garotinhas que comentaram: "Olha que linda!" Ou algo assim (a memória já vai me falhando, rs) e rapidamente perguntei se elas gostariam de ficar com ela, ambas responderam afirmativamente e num piscar de olhos, algo me disse para ficar com ela e eu disse às duas meninas que eu checaria se realmente não poderia ter uma cachorrinha no apartamento. Sim, coisa feia o que fiz, deixei as duas com a esperança de ficar com aquela filhotinha por menos de um segundo. Nunca mais as vi. Após sua primeira noite no apartamento, me apaixonei. Eu me divertia com as peripécias de Caxumba (até então ela ainda não tinha nome, era a 'coisica'), principalmente com a forma como tentava subir no sofá: ela pegava espaço no corredor que ligava meu quarto à sala e vinha correndo, pulava e capotava no tapete, pois era muito alto pra ela. Com o passar do tempo, ela foi se mostrando uma excelente companheira e que era, ops, é (ela está bem vivinha aqui, rs) muito inteligente. Ela, na época, tinha três vasilhas, uma com ração, uma com leite e outra com água e não sei como descrever minha surpresa ao constatar que sempre que uma das vasilhas estava vazia, ela pegava e trazia para mim, bastou eu dizer: "Na mão do pai" e pronto, ela veio e colocou na minha mão! Aliás, é o que ela faz quando acabam ração e água, e o mais impressionante é que ela solta somente quando eu já estou segurando. Eu acho isso o máximo. Como eu morava em um apartamento "quarto-sala", o espaço era bem reduzido e como ela me surpreendeu ao passar a usar o banheiro, melhor, o box, para fazer o "número 1" e escondida, deixava o "número 2" na sacada, no cantinho, onde não dava para enxergar da sala. Certa feita fui até ela enquanto se aliviava e como uma "lady", disfarçou e saiu da sacada... 'Tadinha, morrendo de vontade, tive que ir ao quarto para que ela ficasse à vontade. Eu gostava de passear com ela, mas como ninguém sabia de sua existência no prédio, eu a colocava dentro de uma bolsa que tenho, até hoje ela não pode nem ver a tal bolsa, pois já quer se meter nela para passearmos. Ah, passear é palavra proibida perto dela, ela fica maluca, sai pra pegar a coleira e fica chorando, então, só uso tal palavra quando realmente vamos sair. E é algo fantástico isso, é só dizer "passear" e vê-la sumir atrás de sua coleira e voltar arrastando-a, depois é só ir até o portão, abrir e fechar, enquanto ela espera com a coleira na boca, daí é só mostrar a mão que ela entrega a coleira e já sai puxando; se no passeio deixo a coleira cair, ela pára pega e me entrega! Mas o mais louco disso tudo é que ela aprendeu a fazer isso tudo sozinha! Eu nunca a ensinei nada, só reforço o comportamento positivo com afagos e palavras de carinho e parabéns.


Lembro até hoje da primeira vez que a deixei sozinha no apartamento para ir trabalhar, fiquei bastante apreensivo, afinal, se tratava de uma filhotinha, certamente ela choraria, mas que nada, ela não chorou, não fez barulho, só uma baguncinha básica, aliás, até comeu um pedaço do meu colchão (na época eu não tinha cama, era só o colchão sobre um estrado no meio do quarto)! Pois bem, a presença dela só foi notada seis meses depois, porque o vizinho do andar de baixo reclamou do barulho das patinhas dela. Pura palhaçada, o sujeito, acredito, devia escutar reclamações de que seu bebê (eram um casal jovem) chorava todas as noites, sempre a partir das três da manhã, resolveu colocar a culpa na cachorrinha, que ele dizia ser responsável por acordar seu filho chorão. O detalhe é que ele sempre chorava no mesmo horário desde muito antes dela chegar. Na reunião de condomínio, ele começou a reclamar e eu não aguentei e o confrontei, afirmando que desde que eu havia me mudado para o apartamento, eu era acordado por um animal que berrava como se estivesse sendo torturado todas as madrugadas e que não era pra usar minha cachorrinha como desculpa. Desnecessário dizer que ele ficou irado: "você está chamando o meu filho de animal?" Sem perder a calma, só pude responder com outra pergunta: "É um vegetal?" Quase chegamos às vias de fato, sabe aquele cara altão que acha que intimida todo mundo? Então, era bem o tipo... Mas não passava de um mala reclamão. Ainda bem que antes da dona decidir não renovar meu aluguel, eu já estava pensando em alugar uma casa, para que a Caxumba pudesse ter mais espaço. Cachorro tem que ser cachorro.

Para quem estiver curioso pra saber de onde surgiu o nome Caxumba, revelo que antes pensei em vários nomes tipo Lolita, Capitu, porém, um dia, ao voltar do trabalho, deparei-me com minha guitarra, que estava sem a proteção para sua parte elétrica, com os fios todos arrancados... Daí Caxumba. Dá no saco! rs. O mais engraçado foi que a mesma amiga que estivera me visitando, voltara para passar o fim-de-semana comigo e no domingo à noite, num programa da Rede Globo, o Miguel Falabella chamou a empregada de "Caxumba", sua mulher perguntou: "Por que caxumba?" E a resposta: "Porque dá no saco!" Eu e minha amiga nos olhamos e caímos na gargalhada.

Bom, mudei-me para uma casa quase no centro de Lorena, era bastante espaçosa, tinha dois quartos e duas salas bastante grandes, uma cozinha enorme e garagem. Tratei de colocar uma tela no portão e a deixava ali todos os dias, por alguns minutos, para tomar sol e ver o movimento; nos finais-de-semana, eu me sentava lá fora para ler um livro ("Cavalo de Tróia") e ficávamos horas curtindo um solzinho.


Caxumba e Beterraba, só na pose.
Caxumba foi conquistando todos os meus amigos lorenenses, até aqueles que não gostavam de cães... É a felicidade dela com as visitas e o jeito todo meigo que só ela tem. Como eu disse, é uma "lady". Por algum tempo, aluguei minha garagem para uma universitária, muito bacana, que logo tornou-se uma amiga, seu nome é Vivi Dias e, fora a beleza inquestionável, conquista com sua sinceridade e o sorriso largo. Vivi também compartilha desse Amor Incondicional por cães e se apaixonou pela Caxumba também! Também pudera, a Caxuxumbinha ficava louca toda vez que a escutava chegar em casa após suas aulas e tão logo Vivi entrasse com o carro, lá ia ela pulando a janela para recepcioná-la. Quando teve o primeiro cio, comprei-lhe fraldinhas e me surpreendi com o fato dela não tirar e rasgar tudo, no segundo cio, já na nova residência, não é que ela escapou? Sim, escapou e eu fiquei maluco a procurando por uns quinze minutos, de repente, ela aparece, com uma cara de quem não tinha feito nada demais, pouco tempo depois, teve seus filhotes. Durante o parto eu estava mais nervoso do que a Caxumba, passei a noite ao seu lado, acariciando-a e confortando-a, lembro que senti vontade de ligar pra Vivi, que havia se oferecido para ajudar no que fosse possível no parto, aliás, essa atitude dela me deixou muito contente e esperançoso nos seres-humanos, dá gosto estar por perto de pessoas que realmente amam e se preocupam com animais. 'Taí uma alma evoluída. Bem, voltando, eram cinco filhotes no total e quatro eu doei, com facilidade, afinal, a Caxumbinha é vira-lata, mas é bem bonita. Alguns amigos dizem que ela é um 'mix', uma mistura de raças pequenas, tipo Pinscher com aquele cachorro que parece uma salsicha, Basset, Bassê, mas eu sei lá. Pra mim é uma vira-latas mesmo, porém, com classe! Bem, dos cinco, fiquei com uma outra menina, que ganhou o nome de Beterraba (ela era tão gordinha quando filhote); fiquei com ela para que a Caxumba não ficasse triste, pois se mostrou uma mãe tão dedicada que não quis privá-la da companhia de uma filhotinha (que chamo de 'neta', claro). O tempo passou e mais um cio veio e novamente a espertinha ganhou as ruas e voltou prenha, dessa vez, de um cão muito bizarro que vivia perambulando nas proximidades de casa. Ele era grande, mas os filhotes ficaram pouca coisa maior do que a Caxumba, cinco novamente e novamente doei apenas quatro, pois tinha uma que não me parecia lá muito normal, mentalmente falando. Essa ganhou o nome de Etiqueta, o que de fato, ela não tem. É uma doida, híper fofa e querida, mas, assim como a Beterraba, fofa, linda, querida, mas maluca. A Etiqueta pula em todo mundo, quer brincar, a Beterraba late pra todo mundo querendo brincar também, mas acaba assustando, pois ela não pára! E daí, éramos quatro, quatro crianças na casa.


Caxumba, Beterraba e Etiqueta 'tricotando'.


Apesar de gostar demais das três, somente a Caxumba é autorizada a ficar dentro de casa, quero dizer; no atual momento, pois em Lorena, a casa tinha um quintalzinho minúsculo, então não tinha como deixá-las lá, todas dormiam dentro de casa, contudo, somente a Caxumba pode dormir na minha cama. Sim, ela dorme comigo, sempre do meu lado, claro que quando acordo ela está nos meus pés.


Caxumba e Thomas. Filha e Sobrinho. Lindos.

A Caxumba é realmente um ser de outro planeta, sei que muitos donos de animais dizem o mesmo sobre seus queridos, mas no caso dela, ah, nem sei como explicar. Ela tem um Amor que não cabe nela. Por exemplo, quando a Beterraba ficou prenha, não é que a Caxumba pegou dois cachorrinhos e começou a amamentá-los? Eu achei tão bonito aquilo, mas sabia que ela não tinha leite, quero dizer, eu achava que sabia, ao conversar com ela e apertar-lhe uma das tetinhas dizendo: "Filha, você não tem mais leite...", eis que um jato voa pela sala! Rapidamente eu a deixei amamentar. E como sou abençoado com as 'cãs' mais legais do mundo, elas nunca brigaram por causa disso. Ah, a Caxumba tem uma coisa com crianças, chega a impressionar. Uma tarde, uma moça passou com uma criança chorando na frente de casa e a Caxuxu estava no portão, ao ouvir a criança, ela ficou desesperada, queria ir em socorro. Ela adora meus sobrinhos, principalmente o Thomas que quando vem aqui pra casa, brinca bastante com ela. Que minha irmã não leia isso, mas a Caxumba não dorme comigo quando ele está aqui! Ela corre pra cama e dorme com ele enquanto me estiro no sofá! "Lisa".

Recentemente tive um baita susto com minha Caxumbinha, durante uma festa aqui em casa, alguns amigos estavam conversando no portão quando ela escapou e, infelizmente, foi atropelada. Quando me avisaram, tentei andar calmamente lá pra fora e já ia rezando para não ter sido nada grave, mas foi. Ela teve uma fratura absurda da bacia e poderia até mesmo nunca mais andar. O preço salgadíssimo da cirurgia assustou e optei por arriscar deixá-la recuperar-se com o "método" mais convencional, com remédios e muito descanso. Foram os piores dias da minha vida. Nunca me esquecerei da minha amiga com a mão cheia de sangue me chamando, já pensei o pior, porém ela me acalmou dizendo, rapidamente, que o sangue não era da Caxumba, mas dela, pois fora tentar pegá-la e ganhou uma dentada (foi a primeira vez que a Caxumbinha mordeu alguém e, bem, é compreensível, foi a dor). Quando a vi, ela estava deitada na calçada, rosnava para os meus amigos à sua volta, quando me viu, as orelhinhas rapidamente mudaram de posição, foram pra trás, abaixadas e ela me olhou com uma cara de "pai, socorro" que me cortou o coração. Foram vários e vários dias de oração, fiz vaquinha pela internet, ganhei até um daqueles aparelhos de jato de água para fazer rifa e angariar o dinheiro necessário, mas o prazo para a cirurgia havia passado e o Veterinário achou melhor não mexer mais, tentei outros, mas todos foram taxativos, "se for operar agora, ela sofrerá mais para se recuperar". Deixei de lado a operação e me vali em Deus para que a ajudasse, pedi até ao meu pai (falecido) que intervisse lá em cima com o Todo-Poderoso em favor da minha mocinha... Agora, não sei como expressar a minha felicidade em vê-la andando novamente, os primeiros passos me deixavam com o coração apertado, pois ela não conseguia se equilibrar direito e tão logo cedia à dor, passava a se locomover com as patas dianteiras, essa imagem me machucava, de verdade, afinal, trata-se de uma cachorrinha tão cheia de vida, que adora correr e pular... Pois bem, passado algum tempo, ela já andava por mais tempo com as quatro patinhas e isso, pra mim, é um milagre, pois sua bacia foi estilhaçada, quem vê o raio-x não acredita que ela está tão bem. Acho que nunca chorei tanto na minha vida, quero dizer, fora quando perdi meu pai. Chorava, orava e pedia a Deus com todas as minhas forças para cuidar dela e abençoá-la, pois sei o quanto ela é elétrica e gosta de correr pelo quintal enlouquecida, brincando com suas filhas e netas. Sim, tenho mais 'garotinhas' aqui... Tem ainda a Saravá, a Peruca e a Polaina. Saravá e Polaina são filhas da Etiqueta, portanto, netas da Caxumba, a Peruca é filha dela, apesar de ter nascido sem rabo e ser bem maior que ela. E marrom (pinhão, como disse minha vizinha). Dia desses resolvi testar minha Caxuxu, disse a palavra mágica e saímos para uma visita a minha mãe... E não é que ela foi direitinho? E me puxando ainda!

Há algum tempo - que minha mãe não leia este texto, rs - recebo amigos aqui em casa para reuniões que viram festinhas bem bacanas, só gente legal, conversas de excelente nível, Rock'n'Roll comendo solto, às vezes karaokê, outras música ao vivo e vamos que vamos através da madrugada, pois bem, para facilitar o entendimento, li um artigo que indicava que os cães tem a mesma capacidade mental do que uma criança de cinco anos, achei o máximo, afinal, sempre acreditei que cães são crianças que nunca crescem... Então, sabe aquela criança que jura que é adulta, que rouba as roupas dos pais para se vestir como eles, tipo a filha que pega os sapatos da mãe e desfila perante o espelho, o filho que coloca o terno do pai e pega sua maleta de trabalho... Olha, a Caxumba é assim, não que ela pegue minhas roupas, mas é que ela adora estar entre meus amigos e quando entre eles, se comporta como uma 'adultinha'; senta-se no sofá, na pose, e fica nos observando, como se prestasse atenção nas nossas conversas; ela quer estar perto, quer participar, vez e outra deita deixando a barriga à mostra para que alguém faça-lhe carinho. Adoro isso, esse jeitão dela de tentar se passar como adulta, é uma criança!

Bem, esse texto ainda ficará bem longo, tenho muito a escrever sobre minha Caxuxu que dorme gostoso aqui do meu lado, sem deixar de externar a minha gratidão com as pessoas que me ajudaram financeiramente (apesar de não ter sido operada, o custo com o Veterinário ficou bem altinho, mas principalmente com todas as pessoas que souberam do ocorrido e que mandaram votos de melhores e orações valiosas. Tenho certeza que essas orações a ajudaram muito e serei eternamente grato a toda essa gente que é gente de verdade, que é ser-humano de verdade, pois num mundo onde tantos fazem mal aos animais, encontrar pessoas que os amem é tão gratificante quanto enriquecedor. Bem, já são sete e quinze da manhã, mas não abandonarei esse texto, depois escrevo mais. Ehe, tenho muita coisa pra contar sobre a Caxumbinha... Como por exemplo, ela é super-ciumenta, se estou com alguma garota aqui em casa, pronto, é a deixa para que ela não nos deixe em paz! Se estamos nos beijando, ela entra no meio, fica tentando brincar, disfarçadamente, 'puxa' os cabelos das garotas, sem machucar, mas para tirar a atenção delas de mim. É muito Amor...

quinta-feira, 29 de maio de 2014

Tapa na cara!



Cidadãos; há alguns meses postei esse texto em uma das páginas de grupos que administro no fêissebuque e acredito que, com algumas alterações, posso e devo re-utilizá-lo para externar meu desapontamento com a grande maioria de vocês, em especial aos "Vs", que se mostraram apenas seguidores de 'modinha' e que fogem do debate sério e de ações para uma Pindamonhangaba melhor; muitos preferem mesmo é ficar discursando na internet, posando de intelectuais politizados, porém, a verdade é completamente outra. E triste. Vamos lá:

"Como iniciar um texto para jogar na cara dos moradores de nossa cidade, o que elas realmente precisam ser lembradas drasticamente? Como encontrar as palavras corretas, as mais fortes, para investir pesado contra tanta gente acomodada que não se importa com mais nada além de si mesmos? Quais palavras poderiam e deveriam ser usadas para incomodar verdadeiramente e tirá-la da apatia conformista na qual se encontram imersos até o pescoço? Quais palavras soariam-lhes insuportáveis e que lhes fizessem sentir vergonha do papel a que se prestam na ordem das coisas? Tarefa difícil, missão ingrata - confesso - porém, a mais importante de todas. E a que deve ser travada!

O primeiro fato que me vem à mente - bem óbvio - ainda que cruel, é: vocês merecem os políticos que tem! Vocês merecem ser deixados de lado por pessoas que só se aventuram na política visando proveito próprio, buscando vantagens, auto-promoção; ascensão social; vocês merecem sim, colocar seus cabrestos e tapa-olhos para votar sempre nas mesmas pessoas, numa re-eleição "ad aeternum" inconseqüente e prejudicial à própria Democracia; Pindamonhangaba, há meu ver, muito necessita de uma nova classe de políticos, aliás, necessita de um 'abraço' entre os futuros candidatos a cargos públicos, necessita de um pacto entre esses candidatos, deixar de lado as imbecilizantes paixões partidárias e lutar pelo que realmente importa: PINDAMONHANGABA. Por que isso é tão difícil? Por que essa estupidez mesquinha de se pensar apenas em partidos e grupos políticos? Não dá pra entender essa bizarra capacidade que temos de não nos unirmos pela nossa cidade; talvez isso seja resultado de nossa incompetência em votar em pessoas verdadeiramente interessadas em fazer uma cidade melhor para todos, criando a revoltante noção que temos da 'política' nos dias de hoje, ou seja, ninguém mais quer ser político, pois sabe que tão logo se preste a tal nobre ação, será atacado até mesmo por amigos, pois é sempre muito mais fácil criticar, ofender, do que caminhar lado-a-lado por uma cidade melhor para todos. Precisamos urgentemente rever nossos conceitos e nos unirmos por nossa cidade e dar um basta a situações tão grotescas quanto as observadas na sessão do dia 10 de Fevereiro, quando os nossos "representantes" não ouviram a voz do povo que pedia pela cassação do Vereador Martim 'Bolt' César, "réu confesso" em caso flagrado em rede nacional de mau-uso de veículo da Câmara. Éramos poucos, barulhentos mas poucos, o que não inibiu aos pares do Vereador supra-citado, blindá-lo contra a vontade do povo. Se a voz do povo é a voz de Deus, na Câmara Municipal de Pindamonhangaba, todos são ateus. Nunca é demais lembrar que na abertura das sessões, o Presidente da Câmara fala em Deus e nos supremos interesses de Pindamonhangaba, isso sempre me dá vontade de rir. Sim, nunca é demais afirmar que os munícipes merecem os representantes que tem. Pinda precisa urgentemente de Homens e Mulheres honrados, realmente interessados em mudar os rumos da política feita aqui... Contudo, infelizmente, não adianta! Vocês merecem todo o descaso dos nossos políticos, vocês merecem pagar impostos para bancar a vida de cada um deles e, não importa se eles fazem por merecer ou não, vocês tem que continuar aceitando tudo, passivamente, da forma vergonhosa como sempre fizeram. Vocês merecem ser enganados; de fato, penso que até gostam, pois assim fica mais fácil aceitar a acomodação e seu papel inócuo numa sociedade de imagens e hipocrisia. Vocês já estão tão acostumados a serem ludibriados e ignorados, que nem se importam que o fazem na cara de vocês, como na sessão já citada, ou como quando levaram a nossa 'Casa de Leis' para longe do centro da cidade, com o único intuito de esvaziar as sessões e permitir-lhes brincar de fazer política.

Da primeira vez que os pindamonhangabenses foram em peso às ruas para protestar - há um ano - me iludi; eu acreditei que uma nova juventude estava surgindo, acreditei que haviam jovens dispostos a deixar suas diferenças de lado, em nome de uma causa muito maior do que eles mesmos; parecia-me que realmente haviam despertado como POVO. Não! Eu estava - verdadeiramente, muito - enganado, pois nossa cidade está muitíssimo bem-servida de indignados 'poser', cheios de palavras apenas, nada mais do que meras palavras, tão vazias quanto seus corações. Jovens que só se preocupam em passar uma imagem distorcida de si mesmos nos fêissebuques da vida. Mas é só enganação, ainda que todos sejam praticamente 'perfeitinhos' no fêisse, na realidade, estão presos aos piores preconceitos e a uma inércia infeliz, de uma pobreza de espírito tão grande quanto seus frágeis egos. Por algum tempo participei de um grupo de internautas que me pareciam interessados (mesmo!) em assumir o papel de 'Agentes da Mudança' que nosso município há muito necessita, entretanto, a palavra 'engano' pode ser novamente utilizada. É estranho perceber que as pessoas só em pensam em se pronunciar em páginas da internet, com o intuito único de atuares como advogados de defesa de políticos ultrapassados, presos a um passado que já não mais se sustenta, que acena com um futuro oco, esvaziado da verdadeira luta a pautar as ações de qualquer político digno: o bem comum (este tão esquecido). E se não são advogados de defesa, são todos Promotores, postando abobrinhas - ou nem tanto - contra o Governo Federal, mas sempre escorregando na própria ignorância, pois geralmente, tudo o que reivindicam é de responsabilidade de outros governos. É, existem outros (Estadual, Municipal), porém essas pessoas parecem ou não saber, ou agir de má-fé pura e simplesmente. É triste constatar que tantas pessoas que conheci naquele grupo só pode ser descrita por uma palavra tão pequena quanto vexatória: 'puxa-sacos'. Todos interessados em tirar alguma vantagem, em tomar para si qualquer lucro, não importando quão pequeno e ainda posam de bem-feitores, cidadãos de bem, interessados... Os arautos de um futuro feito passado. Revelo que me assustei com as atitudes desses 'puxa-sacos', todos eles pessoas que enganam a si mesmas ao buscar refúgio numa intelectualidade que não tem, gente mais preocupada em 'vencer' uma discussão sem apresentar elementos que corroborem o que expressam, tão acostumadas que estão em pensar pequeno e de estarem cercadas por míopes; não se dão ao luxo de ler argumentos contrários, apenas ignoram e continuam em tresloucada gritaria improdutiva e que por inúmeras vezes, inviabilizam a discussão séria, justa e honesta. Essas pessoas buscam convencer através do 'nada'. Ah, são tantas pessoas assim... Até desencantam aqueles que buscam soluções legítimas, que estão dispostas a atuar intensamente na melhora da vida de todos. Sem contar que essas pessoas são negativas e derrotistas, vivem enraizadas num 'puxa-saquismo' servil e tão bajulador que revira o estômago dos desavisados. E eles tem amigos! Que os auxiliam a propagar a própria ignorância e, ao pensar que estão ajudando, não percebem que estão apenas se afundando num lodaçal de falácias e hipocrisias que só testemunha contra eles próprios. Pessoas de posicionamentos e palavras arrogantes, pequenas e - acima de tudo - covardes. Gente incapaz de pensar a longo prazo, que clama por soluções imediatistas sem considerar o que colherão no futuro. Não dá nem pra dizer mais que usam cabrestos e sim, vendas E cabrestos!

Nesse pequeno período (um ano apenas) em que venho atuando com alguns pouquíssimos amigos para tentar mudar esse quadro de descaso e desinteresse, me impressiona o fato de sermos atacados por pessoas que deveriam buscar união, para que pudéssemos lutar juntos por nossa cidade. Mas não... Não o fazem, ao invés disso, sentem-se tão diminuídos por nossas ações (as quais são incessantemente convidados!), que nem se importam em tentar compreendê-las, não se abrem para o diálogo e tudo o que fazem é atacar bestialmente qualquer atitude que lhes fuja a compreensão. Claro, vivemos em um planeta onde a maioria das pessoas apenas visa lucros e benefícios pessoas, a partir do momento que se deparam com iguais, contudo que estão interessados a ajudar o próximo, sentem-se ameaçados e começam a expor toda a sua mediocridade nas atitudes e discursos mais reprováveis possíveis. E se dão ao luxo de acreditar que ninguém percebe a pequenez de suas mentes e almas e corações, tão ensimesmadas que não conseguiriam enxergar a verdade mesmo que ela dançasse nua em seus narizes.

Pois bem, sinto que não posso parar, apesar de sentir vontade de deixar tudo isso de lado, sinto que não posso fazê-lo, sinto que a minha responsabilidade diante da sociedade na qual estamos inseridos e com a qual contribuímos de alguma forma, seja doando as tintas com as quais os políticos fazem 'arte' (no pior sentido na maioria das vezes!), seja falando mal inocuamente, não posso mais parar, não posso nem me permitir cogitar tal hipótese, tenho que acreditar no despertar dos Filhos da Princesa. Tenho que acreditar que eles se cansarão de serem empalados em praça pública por conta da morosidade de seus raciocínios tão comprometidos pela falta de uso. Tenho que acreditar que eu não vim ao mundo para ser mais um acomodado como eles, porém, para me aventurar a bancar minhas próprias idéias e defendê-las contra o escárnio das hienas ensandecidas do "poder pelo poder".

Uma questão polêmica. Desde o início das manifestações em nossa cidade, meu nome surgiu como de possível candidato a Vereador, fato que refutei imediatamente, pois não nunca foi essa a intenção, basta verificar que a primeira manifestação surgiu "de uma hora pra outra", pois eu e mais dois amigos estávamos indignados com a violenta repressão policial sobre manifestantes pacíficos em São Paulo (para mim, o que mais doeu foi a imagem de uma Jornalista da Folha de São Paulo que levou um tiro de bala-de-borracha no olho). Fiquei realmente incomodado e várias outras imagens foram rapidamente aparecendo e aumentando meu incômodo e indignação. Quando criei a primeira manifestação aqui em Pinda, um ato de repúdio ao Governador Geraldo Alckmin, o que me interessava era a expressão dessa indignação e ser também um incômodo, afinal, trata-se de sua cidade-natal e de diversos 'puxa-sacos de ocasião'. Confesso que nos primeiros dias de evento criado, me assustei com a quantidade de confirmações de presença, pois o protesto rapidamente assumia proporções enormes. Temi pela segurança dos manifestantes, não saberia qual seria a postura, tanto deles, quanto da Polícia Militar sobre nossa manifestação, afinal, como disse antes, esta é a cidade do Governador do Estado. Aliás, basta lembrar que fui duramente criticado e atacado em alguns grupos nas redes sociais por partidários de Alckmin e os puxa-sacos de sempre. Um deles até tentou me desqualificar "revelando" que sou natural de Curitiba, PR, não de Pinda, mas não me respondeu quando perguntei se o fato de morar aqui desde os 9 anos de idade (tinha 40 quando houve a primeira manifestação) não me permitia sentir-me um cidadão pindamonhangabense, principalmente por ter tido a oportunidade de residir em outras cidades e mesmo no exterior e não, continuar em Pinda, cidade que tanto amo e da qual quero um dia me orgulhar de verdade; teve um que escreveu num blog que estávamos sendo patrocinados pelo PT. Como dizem por aí: "Afff"; voltando ao papo de candidatura, ainda não é certo, pois além de ter o pé atrás com todos os partidos políticos, não creio que poderia fazer algo se não houvesse um verdadeiro pacto entre Vereadores e população, sabe, deixar de lado interesses partidários mesmo, abandonar essa estupidez de não votar neste ou naquele por conta do partido ao qual pertencem. Por mim, nem existiriam partidos, pois o único que realmente interessa é o POVO. É a cidade e seu povo, o resto é uma infeliz disputa de poder. Ah, não posso deixar de comentar que teve um rapaz me atacando há alguns meses, claro, ele não atacava as minhas idéias, talvez a incapacidade cognitiva o impedisse, portanto, nada melhor para esse tipo de gente do que atacar a minha vida pessoal! Sim, na falta de idéias, na falta de palavras para retrucar minhas idéias, minha vida pessoal passou a dominar o palavreado chulo de uma mente tacanha. Seria cômico se não fosse trágico. Ah, tudo isso sobre uma possível candidatura se dá após a tal votação 'anti-cassação' de quem faz coisa errada, essa vontade me atingiu no dia em que vi que estávamos sendo completamente ignorados e que nossas vozes não encontravam eco em nenhum discurso de nenhum Vereador; essa vontade se deu, no dia em que percebi o quão sozinhos estamos. Mas, detratores, não se desesperem, não tenho dinheiro para bancar uma campanha e não tenho a menor disposição de aceitar auxílio financeiro de ninguém para ficar com o rabo preso depois. Então, não tem problema, são apenas considerações e divagações de uma mente que funciona a mil por hora."


sábado, 24 de maio de 2014

Boa sorte, Brasil!



Cidadãos; há tempos sinto-me compelido a abordar o tema Copa do Mundo e acho que é chegada a hora; a poucas semanas do mundial organizado pela FIFA, muito ainda há de ser dito, talvez - na melhor das hipóteses - para esclarecer a uma pequena massa de indignados, que seus brados de "não vai ter Copa", não estão devidamente bem fundamentos em argumentações realmente válidas.

Para abrir este texto, devo lembrar ao leitor, do meu caráter apartidário, portanto, não se iluda em pensar que estou aqui para defender o governo que trouxe a competição para nosso país, muito menos faço parte da legião oposicionista (lê-se oportunista!) que adora lançar aos quatro ventos, uma visão distorcida do evento.

Se perguntado sobre a realização da Copa do Mundo em nosso país, fico dividido, apresento observações conflitantes, mas ainda assim, pertinentes e baseadas em informações claras e definitivas. Para registrar, fui contra o evento, realmente acredito que nosso país deveria preocupar-se bem mais com Educação, Saúde e Segurança antes de lançar-se em tal empreitada; entretanto, o tempo das manifestações chegou com atraso e envoltas em uma quase inocência cognitiva que ao mesmo tempo atrai e repele. Explico melhor: quando nosso país foi escolhido para sediar o evento, muitos foram aqueles a comemorar nas areias de Copacabana (onde uma emissora de tevê colocara um telão para que as pessoas acompanhassem a eleição da sede do certame mundial); creio que a única capital onde as pessoas se manifestaram contra a candidatura e eventual escolha de nosso país para sediar a Copa fora Porto Alegre - RS - nos demais Estados, o assunto apenas dominou as rodinhas de conversas e ninguém tomou posição efetiva. Claro, até então, as únicas manifestações no Brasil eram de movimentos sociais e eram diretamente ligados as suas reivindicações, as quais, mesmo legítimas e em sua maioria bancadas intelectualmente pelos demais brasileiros, não contavam com a adesão física dos mesmos, portanto, eram protestos pequenos e que geralmente não resultavam positivamente aos manifestantes; muitos de nós sempre reclamavam que o povo de nosso país não se posicionava, que países como a Argentina, não aceitavam desmandos governamentais e - exemplarmente - ganhavam a rua para protestar. Sempre nos vimos como um povo passivo (que só sabia reclamar para seus amigos e mais ninguém, tomar atitude então, nem pensar!) e vivíamos reclamando disso. Com as manifestações do ano passado, mudou-se o conceito, com a trapalhada do Governador do Estado de São Paulo, Geraldo Alckmin e sua péssima política de Segurança Pública, lançou a Tropa de Choque da Polícia Militar do Estado de São Paulo para fazer o trabalho de "limpar as ruas e garantir o direito de ir e vir do cidadão". Foi uma estupidez colossal, que revelou o caráter ditatorial do Governador do Estado mais rico do país. A Tropa de Choque NÃO dialoga, ela entra em cena para cumprir à risca as ordens do Governador e foi o que fez. Aliás, vale lembrar que como muitos, essa foi a gota d'água e não seria equivocado dizer que Alckmin foi a gasolina dos protestos que se estenderam por todo o país. As imagens de brutalidade policial contra os manifestantes correram a internet, contudo, apenas não superaram o óbvio, o ataque dos fardados contra Jornalistas, o que evidenciou a ilegalidade da ação de Geraldo e do que desejava, ficou clara a censura a informação, afinal, se a Polícia atacou Jornalistas, é evidente que não queriam que sua truculência fosse reveladas, mas não adiantou, jovens postavam filmagens e fotos que evidenciavam os exageros da Polícia e mesmo fatos constrangedores, como os soldados quebrando viaturas para poder culpar os manifestantes. Ah, eu poderia me estender no assunto, mas prefiro voltar à Copa do Mundo agora, que é do que esta postagem trata.

Pois bem, no seio da manifestação, surgiu - de repente - uma deturpação do sentido original que levou milhares de pessoas a protestar pelas ruas da capital paulista e de demais Estados e cidades. Se o leitor se interessar, pode dar um pulinho no 'youtube' e constatar que a tônica dos protestos em São Paulo foi o "Fora Alckmin", que encontrou eco na juventude e atraiu (com a violência policial) a presença de jovens que se utilizavam das táticas "Black Bloc". Fenômeno novo em nosso país, os adeptos de tais táticas, confundiram em demasia os demais e causaram todo o tipo de comentário estúpido e desinformado na mídia, inclusive, tivemos até um sujeito se apresentando como "Líder" dos "Black Blocs", o que nem existe! Não é um grupo, é um amontoado de jovens revoltosos, adolescentes com sua rebeldia e violência esperando para serem expressadas. Infelizmente, no Brasil, os jovens que se utilizavam das táticas "Black Bloc" andaram exagerando, assim como a imprensa não conseguia classificá-los, muito menos entende-los, achou melhor usar palavras como 'baderneiros' para definir o caráter anárquico desses jovens, esquecendo por completo que o jovem é bastante inclinado a fazer parte desse tipo de ação efetivamente, o que causou a infeliz deturpação da tática em nosso país. Claro, se você fizer uma busca pela internet, descobrirá o óbvio, esses jovens apenas acompanhavam os verdadeiros manifestantes e estavam prontos para resistir toda a truculência das nossas Polícias. E foi o que fizeram, até o momento que eram atacados pelos fardados, daí o caos se instalava, pois mesmo com a enorme disparidade de material, esses jovens eram uma frente de resistência para os manifestantes, eram como um 'escudo humano' para quem estava nas ruas - homem, mulheres e crianças - oferecendo seus corpos para defender os demais. Isso é lindo. Mais lindo que isso é constatar em diversas filmagens, que o caos sempre se instalava por conta de outro denominador, a Polícia, que sempre atacava primeiro, talvez contando com a grande mídia que era atacada ferozmente e a esperança de que as imagens jamais atingiriam certa popularidade, ledo engano. De repente, os combativos petistas, que sempre estiveram por trás de grandes manifestações, se acovardaram e desapareceram, pois a mídia tapuia rapidamente tentou impingir aos manifestantes, uma pecha direitista camuflada em apartidarismo que criou até mesmo casos de violência. O caráter progressista das manifestações era violentamente omitido, tentando mudar os ventos da revolta que dominava tantas e tantas pessoas e tínhamos a impressão de que muitos eram contra a presença de gente com camisas e bandeiras do Partido dos Trabalhadores, dando a impressão de que eles (influenciados pelo Governo Federal) estavam tentando usurpar as manifestações legítimas da população. Na esteira dos protestos, lógico, notou-se um viés político oculto, pois a oposição enxergou a possibilidade de direcionar os incautos em direção ao Governo Federal e ainda que a grande maioria estivesse nas ruas contra a política de "limpar rua" de Alckmin, o que víamos nos dava a impressão de que todos estavam nas ruas contra a Presidente Dilma Roussef, ainda que não víssemos nada que corroborasse essa idéia. Essa tentativa de colocar um cabresto nos manifestantes foi aceita sem parcimônia pelos petistas, que nas redes sociais combatiam o que não entendiam. Para ilustrar, tive uma discussão com um petista daqueles ferrenhos, para quem os jovens adeptos das táticas "Black Bloc" eram tratados como "Black Bostas" e enxerguei nesse raiva irracional, um sentimento mal-disfarçado de inveja, mas isso é outro assunto, pra outra hora... Pois bem, ele me dizia que esses jovens estavam contra o Governo Federal, refutei mostrando imagens de manifestações "Fora Alckmin"; não satisfeito com as imagens, disse que tais protestos se deram no irromper das manifestações, mostrei-lhe que estava enganado, utilizando imagens mais recentes de outros protestos, ainda não satisfeito, me indagou sobre os porquês deles terem se manifestado contra o Prefeito Haddad no caso do IPTU e novamente mostrei-lhe matérias que evidenciavam que tais protestos se deram por conta da direita e que os jovens de quem falávamos ("Black Blocs") não estavam junto. Bem, ele não foi o único petista com quem conversei sobre o assunto, tive a oportunidade de diálogo com duas amigas, ferrenhas defensoras do Partido dos Trabalhadores, daquelas com carteirinha e tudo; bem, elas - na minha presença - entenderam que as manifestações tinham um caráter violento contra Geraldo Alckmin e o que ele representa em nosso Estado (digo isso com propriedade, pois estive por trás de uma grande manifestação ocorrida em nossa cidade - Pindamonhangaba - terra natal do Governador tucano) e, claro, ambas entenderam e até se admiraram com a combatividade desses jovens. Claro, que após a conversa, em menos de uma semana, mudaram de opinião, mal-influenciadas por desinformados; novamente, as táticas "Black Bloc" ainda eram/são recentes em nosso país, confundindo a muitos. Um amigo petista me disse que não era bem por aí, pois - na verdade, segundo ele - as "forças" da direita estavam se aproveitando dessas manifestações mais violentas para afirmar que esses jovens estavam nas ruas contra o Governo Federal, o que - claro - apesar de sedutoras, eram idéias paranóicas, desprovidas de materialidade, ainda assim, ele achou de bom tom me confidenciar que eram perigosos porque estavam despertando na população, ideias retrógrados e pedidos de volta à ditadura, que o Exército intervisse para acabar com essa balbúrdia, para finalmente, tomar o Governo. Claro, achei tais afirmações de uma estupidez sem tamanho e só conseguia enxergar a falta de visão e desinformação dessas pessoas e o quanto essa cegueira era prejudicial; mas, de mal-informados, eu estava cercado, pois realmente esses jovens me decepcionaram com seus gritos de "Não vai ter Copa!" Mal-informados porque insistiam no absurdo de nosso país pleitear abrigar tal importante competição baseados em matemáticas simplistas e desprovidas de uma noção real do que representa para nosso país essa peleja internacional. Para muitos, era até bonito dizer que desejam Educação e Saúde "Padrão FIFA", nada mais justo! Entretanto, mal-direcionados, jogavam - ou jogam ainda -  a culpa das mazelas de nossa Educação e Saúde, nas costas do Governo Federal! Ignorando por completo o que é de responsabilidade do Governo do país e o que é de responsabilidade de Estados e cidades. Sem contar que não sabiam/ou não sabem/ou mesmo, não querem saber que os gastos com a Copa do Mundo são claros, quero dizer, ignoravam por inocência ou má-fé, que os 8 bilhões investidos na reforma e construção de arenas para o mundial, mesmo com a utilização de dinheiro público, este voltará aos cofres públicos! E muito menos que os 17 Bilhões restantes seriam dedicados a obras mais que necessárias, que deveriam ser feitas com ou sem Copa! Principalmente na área de mobilidade urbana, é a tal da infraestrutura. Claro, tais manifestações de "não vai ter Copa" é formada de jovens que entraram na "onda" dos protestos e nem ao menos sabem dos números envolvidos, muitos por conta da inocência mesmo e outros por uma má-fé mal-disfarçada, recheada com uma cegueira coletiva e pitadas de desgosto em sermos o 'País do Futebol'; sim, sabemos hoje que aqueles que não gostam do esporte (com alguma razão) se aproveitam do descontentamento infelizmente mal-direcionado para externar suas frustrações com uma maioria de torcedores quase fanáticos e amantes do esporte, afinal, muita gente só gosta de futebol em época de Copa do Mundo e diz torcer, quando indagados, pela Seleção Brasileira, nada mais.

É bonito de se ver os jovens saindo às ruas e protestando, principalmente porque passamos muitos e muitos anos só observando e reclamando nos grupos sociais por onde transitamos, contudo, infelizmente, é triste ver toda essa alienação estupefaciente.

Ah, aproveito para registrar que não entendo o posicionamento 'coxinha' que vem se fazendo presente nos comentários de muitos petistas, quase todos adotaram o pensamento imbecil que tanto combateram e uniram suas vozes contra os manifestantes, principalmente daqueles jovens que perderam a fé na eficácia dos cartazes e gritos de ordem, tão inócuos quanto patéticos que uma minoria deseja impor; falam sobre o direito de ir e vir em discursos que lembram o próprio Geraldo Alckmin! Muitos até falam em prender e agredir tais manifestantes! Preocupados com as ondas de violência que se instauram entre os jovens, falam como tucanos e afins e defendem prisão e quaisquer atos de violência contra os adeptos da tática "Black Bloc" e mais, como a classe média violenta, hierárquica, arrogante, autoritária, lançam-se em discursos infelizes que nem condizem com suas inclinações partidárias, uma verdadeira vergonha, da qual se envolvem da mais completa obtusidade para não enxergar a infelicidade de seus palavras. Nunca pensei que diria um dia que os petistas pensam como os 'coxinhas'. Ainda bem que meu pai não é vivo para ver essa distorção, essa abominação cognitiva (como diria Marilene Chauí). Acho até graça quando me deparo com tais comentários e sim, fico com um pouco de vergonha alheia, pois sempre tive os petistas em alta conta por causa de sua combatividade, politização e militância, então é compreensível que tais atitudes me pareçam incômodas. E vale registrar que muita gente vem me falar que esses jovens são "baderneiros" (sim, caíram no conto da mídia tapuia que repete em uníssono, diariamente, tal condição desses manifestantes e nem se tocam que a mesma mídia quando noticia casos de protestos em países do Primeiro Mundo, trata os manifestantes como... Manifestantes! Ainda que coloquem fogo em inúmeros carros e que se multipliquem os casos de violência e vandalismo; por exemplo, há algum tempo noticiou-se os protestos na França, onde muitos carros foram queimados e parecia até que o órgão midiático era favorável a tais atos, mas ao queimar um ônibus no Brasil, daí o tratamento era diferenciado, afinal somos todos vândalos, baderneiros, bandidos, ignorantes! Super imparcial!). As pessoas ditas intelectualizadas em nosso país, aceitam esses rótulos com uma facilidade imensurável e ao mesmo tempo não entendem o que é Revolta Popular, aliás, se esquecem que malham celulares na parede quando não conseguem sinal, pra ficar no exemplo menor.

A Folha de São Paulo deste sábado (24 de maio de 2014) traz em seu Editorial um artigo interessantíssimo intitulado "A Copa na balança" e vale a pena ser lido, por todos, principalmente por aqueles jovens que ainda estão (mesmo atrasados) se manifestando contra a realização do certame em nosso país; trata-se da expressão do óbvio, as pessoas não tem noção do que é gasto com Educação em nosso país. Vale mesmo a leitura, pois evidencia dados que afirmam que os gastos da Copa "correspondem a cerca de um mês (9%) do que se despende para custear a Educação". Sim, está é a opinião oficial da Folha de São e merece ser lida com atenção, corra pra banca que ainda dá pra encontrar.

Sim, eu sou contra a realização da competição em nosso país, mas não ao ponto da cegueira inconseqüente e infeliz que parece assolar boa parte dos manifestantes, acredito que perderam o bonde da história, aliás, chegaram atrasados e querem sentar-se na janelinha, como se costuma dizer. Novamente, é bonito o povo na rua protestando, porém seria muito mais bonito se suas reivindicações tivessem um pé na realidade de pessoas politizadas, que soubessem o que é de responsabilidade Municipal, Estadual e Federal! Ah, aí sim seria lindo. Agora, com a proximidade da Copa do Mundo, o certo seria cessar essa imbecilidade, dar um tempo e voltar com tudo ao final da competição, pois nosso país precisa desses jovens, precisa desse fogo por mudanças na política feita na Terra Brasilis urgentemente e só com um sentimento e idéias progressistas poderemos alcançar, mas não vai ser agora e fica até feio partirmos para a mediocridade dos pensamentos tacanhos, que por si só já é contraproducente demais. Que a Seleção Brasileira (que não é do meu agrado) fique com a taça, que o esporte nos una uma vez mais, que a comemoração seja saudável e que possamos dar um show de hospitalidade e civilidade para o mundo todo ver. Que o nosso país demonstre nos gramados porque é conhecido como País do Futebol, Pátria de Chuteiras e que ao findar da competição, volte a lutar por direitos, mas cobrando direito, de quem se deve cobrar. Já estou me preparando para assistir com amigos, vamos enfeitar a casa, conseguir óculos 3D para acompanharmos as partidas por aqui e depois, dá-lhe carreata e buzinaço de comemoração.

Boa Copa pra todo mundo, até pra quem não quer a Copa!

Boa sorte, Brasil!!!

segunda-feira, 19 de maio de 2014

Pausa

Cortesias

Meu avanço é inexorável
Sempre contra o impossível
Minha luta é memorável
E o fardo, indivisível

Venho fogo inevitável
Sou de sonho impraticável
E verdade imprevisível

Fui passado glorioso
Serei futuro precioso
Por ser presente inesquecível

Venho luz inalcançável
Sou de arte intolerável
Incomodo a alma fria

Meu amar é caprichoso
Sou intenso, vicioso
E minha paixão é poesia

Meu silêncio é melodia
Vem de ordens antipáticas
Meu amor é cortesia
Mas em doses homeopáticas

F. Hernandez

Com quem você acha que está falando?


Há alguns dias me deparei com um vídeo sendo compartilhado por algumas pessoas no fêissebuque e cliquei para entender sobre o que se tratava. Não foi grande a minha surpresa ao constatar tratar-se de uma verdadeira imbecilidade de pessoas alienadas, as quais, ao invés de prestar atenção nas palavras da Presidente, iam às janelas para demonstrar aos demais condôminos sua desaprovação com a fala da mesma. Enquanto ela falava na tevê, os gritos se multiplicavam nos prédios próximos. Ao invés de se prestar a ouvir primeiro e pensar a respeito do que ouviram, não, como crianças birrentas preferiram ficar gritando, alucinados. De pronto, escrevi um texto e compartilho com meus leitores.



Alienados. É essa classe média que Marilena Chauí ataca em suas falas! É o pessoal que acha que sabe de tudo (leu na Veja, viu na Globo); que é autoritário, que vira para um policial e solta o famoso: "Com quem você acha que está falando?" Que não pode pegar fila ("é o fim-do-mundo!"); que é estúpido no trânsito; que bebem e dirigem seus carrões importados em alta velocidade; que acha que cidade toda está representada em um bairro de bacanas; que nunca passou fome na vida; que valoriza o diploma, não o Conhecimento... Traduzindo, é gente que se acha. São bairristas e racistas como aquela garota que destratou o povo nordestino porque seu candidato não venceu as eleições e por aí vai; é muita coisa que se pode falar sobre essa classe média, por exemplo: que é de lá que vem os famosos "playboyzinhos" que jogam bexiga com xixi nas pessoas nos pontos-de-ônibus ou naquelas que tem o azar de passar na frente dos prédios onde residem; é o pessoal da pena-de-morte, do olho por olho, que fala mal do SUS, mas nunca passou pela porta e não se importa com o sofrimento de seus irmãos e não move uma palha pra ajudar; que não participa de sessões da Câmara de sua cidade e nem sabe o que se passa por lá; não cobra, não exige, só vota, confia e aceita; que bate palmas para o Bolsonaro; que flerta com a ditadura; que deseja um Brasil igual (só para seus amigos), aliás, que aplaude secretamente a desigualdade; que quer que pobre morra; que acredita que a Polícia tem que matar; que é contra os Direitos Humanos; que se diz Cristão (mas é só da boca pra fora); que fura fila; que tenta dar um jeitinho pra escapar de multa; que não devolve troco a mais; que se acha esperto, porém não sabe as instâncias as quais recorrer para ter uma Educação melhor (não precisa, não utiliza escola pública), uma Segurança melhor, uma Saúde melhor (não precisa também, paga caro por atendimento na rede particular); é gente que vive de aparência; que só pensa no próprio umbigo; que tem o rei na barriga; que acha bonito ser o tchans do camarote; que briga no trânsito; que sonha em ter arma; que conta normal e friamente, com riqueza de detalhes escabrosos, a forma como se deveria torturar e matar um criminoso. É gente que aceita se transformar em monstro para combater os monstros; é aquela pessoa que não aceita pobres em aeroportos (a menos que para servi-la) ou em seus 'Templos do Consumo' (shoppings); que acha que "qualquer miserável hoje tem carro"; que ignora por completo quaisquer informações que não sejam desfavoráveis ao atual governo; que quer uma Intervenção Militar para tirar do poder quem chegou lá por desejo do povo; que ainda babam ao falar dos 'States' (e que bem deveriam ir pra lá então, seria um favor!); gente que não consegue enxergar a avassaladora e histórica diminuição da desigualdade de renda em 80% dos municípios brasileiros; que treme ao ver um 'maninho' e rapidamente esconde bolsa, celular, afundando-se em pré-julgamentos; que não sabe em quem votou, portanto, não cobra seus representantes; que não sabe que existem mais governos do que apenas o Federal; que acredita fazer parte da "massa cheirosa" da Cantanhêde; que não aceita as diferenças; que reclama de tudo, mas está sempre com o bolso cheio - e se não está, finge estar; que acha que a Europa é o melhor lugar do mundo; que quer comparar o Brasil com países que cabem dentro do Estado de São Paulo; que acredita que crise só o Brasil tem; que não houve corrupção no país até a chegada do PT no poder; que tem uma memória seletiva tendenciosa e vexatória; que não se importa com julgamentos políticos e acha que tem que condenar sem provar; que é movido por um ódio cego e irracional; que não aceita ser contrariado; que derruba as peças do tabuleiro, c... nele e estufa o peito; que não tem noção de quão poucos são e, por isso, a cada eleição fazem tanto alarde e ao se deparar com a derrota, inventam tudo o tipo de desculpa para não aceitar a decisão da maioria; que não entendem o que é viver abaixo da linha da pobreza e chamam o auxílio do governo de "esmola"; que não reconhecem que o mundo inteiro aplaude o programa; que aceitam Médicos de vários países, mas de Cuba "é o fim-da-picada!" Que desejam que uma boa parte da população fiquem sem a assistência desses profissionais (brazucas ou não)... E que no final das contas, além de serem violentos e pregar discursos de ódio e mesmo aqueles que apenas os favorecem, são o verdadeiro retrato de uma estupidez sem tamanho.

Só discordo de Marilena Chauí no que diz respeito a procedência dessa classe média, não é somente a classe média paulistana, mas sim, de qualquer cidadezinha do país.